sexta-feira, dezembro 08, 2006

Nothing To Kill Or Die For

Outro dia falava sobre música com amigos. Cada um revelou suas preferências e gostos pessoais. Pipocaram cantores e cantoras, bandas, estilos, nacionais e estrangeiros. Percebi, de forma bastante evidente, certa ansiedade em mostrarem-se atualizados. Todos, sem excessão, pareciam querer revelar que acompanhavam, muito atentamente, as novidades. Citaram gente e grupos para mim completamente desconhecidos. Não que eu me desinteresse do que surge no cenário mais ou menos recente, mas não sou fixado nessa idéia.
Da mesma forma que tenho necessidade de reler alguns livros com freqüência, não abandono os velhos sons conhecidos. Lerei Proust a vida inteira, ouvirei Beatles for ever. O cedê está no meu carro, gravado por mim, seleção que se impõe ao meu cotidiano, beatlemaníaco que sou.
Não poderia, portanto, esquecer a data de hoje. Lembro que se aproximava o Natal. Minha casa estava cheia de parentes vindos de fora. O clima era de alegria. Reviveríamos as festas de minha infância. A família unida como há tempos não víamos. E então ouvi a notícia no rádio. Um maluco chamado Mark David Chapman atirara cinco vezes em John Lennon, matando-o. Chorei muito. A data? Era um 8 de dezembro como o de hoje, em 1980.
Pois é, faz vinte e seis anos que perdemos o mais rebelde dos Beatles, aquele que eu mais admirava. Em Imagine ele cantou um mundo melhor, ideal, onde não houvesse nada pelo que se matar ou morrer. Ainda estamos muito longe, mas a melhor homenagem que podemos prestar ao autor é imaginar.

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