quinta-feira, setembro 23, 2010

Se As Eleições Fossem Na USP

Ouvi ontem no rádio do carro os resultados de mais uma pesquisa IBOPE. Não guardei os números, até por não prestar muita atenção neles. Mas o resutado me chamou a atenção. Se o Brasil fosse a USP - pena que não somos - a Marina Silva estaria eleita. Em segundo lugar viria o Serra e a Dilma apenas em terceiro. Embora vote no Serra, escolho sempre quem tem mais chances de impedir o mal pior, entendo com muita simpatia a opção dos estudantes da maior universidade do país. Quando se verifica que os dois candidatos principais não apresentaram, por razões diferentes, seu programa de governo, é de se estranhar que estejam tão bem posicionados. A Dilma teve o seu plano vetado pelo PMDB que o considerou muito à esquerda - já estão mandando antes de assumirem - e o Serra, por sua vez, por ser centralizador demais, preferiu não ter de submeter suas intenções ao restante dos tucanos. Sempre muito cético com relação ao futuro de nosso país, e nunca raivoso como alugumas pessoas acham que sou, acredito em um futuro melhor se, e apenas se, um dia investirem em educação.

quinta-feira, setembro 09, 2010

Eleições II

Eu estou convencido - também sou capaz de me convencer - que não vivemos uma democracia adequada. Aliás, considero que estamos muito longe de viver um processo de escolha de nossos representantes minimamente conveniente. Enquanto tivermos grupos de pesquisa divulgando estatísticas, e ranqueando os candidatos durante todo o processo eletivo, o resultado estará amplamente comprometido. Não basta fechar as torneiras numéricas apenas nas vésperas das eleições. Elas influenciam, ajudam as pessoas a decidirem, criam falsas expectativas. Infelizmente, muitos ainda preferem votar com a maioria, enxergam a coisa toda como um jogo em que precisam sair vitoriosos. A questão se agrava quando pensamos na fragilidade ética de nossas instituições. Elas facilmente são corrompidas, a possibilidade de manipulação de dados é sempre muito concreta. A única forma de garantirmos isenção e lisura é proibindo todo e qualquer anúncio de posições de candidatos desde o início, até o conhecimento do resultado final. Já li a respeito de trapalhadas realizadas pelo IBOPE, que partidos pagariam para verem seus quadros melhor posicionados, que os institutos procuram agradar aos seus clientes da melhor maneira possível. Basicamente há uma boa margem de manobra já que o período eleitoral é longo e só há necessidade de exatidão naquilo que os jornais publicam nas vésperas de irmos às urnas. Não adianta sermos adiantados em termos de tecnologia, proclamarmos os vencedores num piscar de olhos, se o STE ainda não percebeu - ou será apenas mais conveniente? - que eleição é uma coisa muito séria, diferente das apostas que o povo faz na Megasena.