Outro dia, conversando com a amiga Denise Rangel, do Sturm and Drang, falamos brevemente sobre questão que me fascina há tempos. Haveria inspiração quando escrevemos, estaríamos submissos à ela?
Não conseguimos levar a conversa até o fim, concluir nosso raciocínio. Lançava-se o livro do Valter Ferraz, do Perplexoinside: Capão, outras histórias, e precisávamos dar atenção aos presentes.
Escrever é trabalho. Requer método, disciplina, planejamento, vontade de se fazer bem feito. As palavras não brotam, longe de serem plantas. Escolhidas como em um quebra-cabeça, jamais caem do céu. A busca do melhor dizer precisa nortear o percurso criativo.
Devemos bater ponto diariamente, ter hora para sentar em frente ao texto. Só assim dominaremos completamente as idéias. Elas devem ser instigadas, cutucadas, provocadas até resolverem colaborar. E então, docilmente, felizes em surpreender, abrirão um leque de possibilidades ao escritor. Escolher é um ofício duro.
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Inspiração é desculpa de quem tem preguiça.