sexta-feira, agosto 15, 2008

Water

Não sou um ser ecológico. Estou me lixando para o lixo. De maneira geral considero aqueles que se preocupam demais com a natureza uns chatos. Com relação à questão da água, tendo a pensar como Maria Antonieta. Se faltar pão, que se virem com brioches, bebam refrigerante, tomem banho de leite.
O mundo está no fim, e não há muito o que possamos fazer para salvá-lo. A destruição que causamos já é irreversível. Hipocrisia e, mais uma vez, arrogância, considerarmos que podemos corrigir o que mal feito foi. Não somos deuses. Até porque, se conseguíssemos voltar no tempo, tornaríamos a cometer os mesmos desatinos. A humanidade é cabeça dura, burra, tem muita dificuldade em tirar ensinamento das catástrofes que provoca. O nosso fim é virar passa. Terminaremos secos, esturricados. E o pior de tudo é que teremos muita dificuldade, será quase impossível chorar. Nosso pranto será desidratado.

domingo, agosto 03, 2008

Don´t Worry, Be Happy

Felicidade se compra, eu também dou esmolas. Evito mas nem sempre consigo. Quando o sentimento de culpa é maior, acabo cedendo. Por ter mesa farta e poder me vestir, além de possuir cama com lençóis limpos para dormir, freqüentemente fico impactado com a desgraça dos outros, os desvalidos. A diferença é que sou crítico. Assistencialismo está na moda mas não me convence. Melhor ensinar a pescar, o que significa um monte de coisas: educação, segurança, emprego, saúde, infra-estrutura adequada. Evidentemente ítens mais pertinentes à seara governamental. Para isso pagamos impostos. A argumentação mais comum insiste no fato de que precisamos fazer alguma coisa. Concordo. Mas tem gente que faz e sai abanando o rabo, feliz da vida. São os salvadores do mundo, têm ar de santo, vivem rindo. Botam no currículo a ajuda que dão, cumprem seus deveres cívicos e dormem em paz. São pessoas especiais. Levemente preconceituosas, patriotas, um quase nada arrogantes, exibem gostos diferentes do meu. Se vão ao cinema preferem comédias românticas. Consideram o lado espiritual muito forte em suas vidas, às vezes até rezam. Fazem turismo em lugares quentes e ensolarados. Eventualmente ficam de pilequinho, mas bebem apenas socialmente, nas festas cotidianas. Detestam Amy Winehouse, um péssimo exemplo. Adoram Ivete Sangalo, acham Miami bárbaro. Não lembram o úlimo livro que leram, mas gostam muito de estudar. A memória, aliás, parece não ser o forte deles. Esquecem fácil, perdoam imediatamente, não guardam rancores. São amigos de todo mundo. Anunciam aos quatro ventos a data de seus aniversários, e celebram os presentes que recebem com os olhinhos brilhando, emocionados. São todos gente boa, como nunca serei.