quinta-feira, dezembro 07, 2006

Breakdown

A crise que começou com o acidente envolvendo o avião da Gol e o Legacy aparentemente não terá mais fim. Quase que diariamente ouvimos notícias de confusões nos aeroportos. Filas, atrasos, cancelamentos de vôos, gente desesperada querendo voltar para casa, dormindo sobre as malas, falta de informação, desrespeito, toda sorte (ou azar) de mazelas.
Todos que visitam esse blog sabem da antipatia que nutro pelo nosso presidente, mas não é fácil governar esse país. O sistema vigente, dependente de alianças políticas que viabilizem o mandato, obriga escolhas nem sempre baseadas na competência. Nunca ouvi dizer que o ministro Waldir Pires entendesse do que tem tratado. Não que ele seja douto em muita coisa, já que a fama que tem na Bahia é de ser um pouco, digamos, lento. Parece-me, porém, que essa questão difícil e enrolada, precisaria de um acompanhamento no mínimo técnico, além de boa capacidade de gestão.
A gente por aqui tem uma dificuldade incrível em lidar com problemas. Há sempre uma grande esperança de que o tempo resolva as coisas. Nada se faz, apenas se aguarda que alguma bênção caia dos céus e arranje o que está errado. Sem o foco necessário, vontade de solucionar adeqüadamente o impasse, aparando as arestas, continuaremos a viver essa vergonha.
Fatos muito relevantes começam a pipocar. Ontem uma criança de um ano perdeu a oportunidade de ter o fígado transplantado. O órgão não chegou em tempo, ficou preso aguardando o embarque. Uma noiva desesperada, o vestido branco na mala, perdeu o próprio casamento em Recife. E eu, finalmente, não recebi a encomenda do livro de Carlos Ruiz Zafón, A Sombra do Vento, responsável por momentos agradabilíssimos de leitura, encomendado para presentear um amigo. Só havia encontrado na livraria Cultura de Brasília e o malote, até agora, aguarda a boa vontade dos controladores de vôo. Assim não dá!

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