terça-feira, dezembro 12, 2006

The Childreen Of Men

Quando li o livro fiquei tocado pelo tema. P.D. James, uma de minhas autoras preferidas de policiais, aventurava-se por terreno diferente, o da ficção científica. A história começava em 2027. Em um mundo cheio de conflitos, dominado pela questão dos imigrantes ilegais, perseguidos e isolados em campos de concentração, dirigidos por governos autoritários, a humanidade perdera a capacidade de procriar. A poluição em todos os níveis afetara inapelavelmente os genes. Há quase dezenove anos não se registravam partos. Maternidades fechadas. Famílias criando animais de estimação como se fossem filhos. A indústria de bonecas progredindo fantasticamente. Mulheres comprando réplicas idênticas de bebês, passeando com suas crias adqüiridas pelas ruas, exibindo-as. Tudo muito sombrio. O povo envelhecido, envelhecendo, morrendo, acabando. E então alguém engravida. Era preciso salvá-la, colocá-la em mãos responsáveis. Exitia uma sociedade idônea que se preocupava em salvar a vida na Terra. Os heróis teriam que levar a mocinha prenhe para lá.
Tentei, na época, imaginar a vida sem crianças. Como seria viver sem histórias infantis? No meu caso teria que parar de escrever, já que é para elas que trabalho a imaginação. Meu texto melhor elaborado é para os pequenos. Não imagino público alvo melhor. A inteligência diferente dos meninos e meninas me estimula.
Surpreendi-me quando soube que haviam filmado o livro. Enchi-me de expectativas. Teriam conseguido recriar na tela grande todo aquele clima angustiante? Atores ótimos. O inglês, nascido em Keresley, Clive Owen, ótimo em Sin City e King Arthur, Julianne Moore e o maravilhoso Michael Keane, vivendo um velho sábio rebelde.
Para variar frustrei-me. Conto nos dedos os livros que deram bons filmes. Como separar o joio do trigo? Talvez seja essa a resposta. Difícil condensar em um roteiro tanta qualidade. Sempre ficam coisas importantes de fora.

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