quarta-feira, agosto 09, 2006

Past, Present and Future

O assunto foi tema de divã. De papo para o ar, que é a posição tradicional para se conversar com o analista, discorri longamente sobre o tema. Nada como um profissional. A melhor coisa que há nesse mundo de surdos é a certeza de ser ouvido. Ou quase, já que nada garante que o discípulo de Freud esteja acordado atrás de você. Já ouvi doido contar que no meio da mais triste lembrança, a mágoa como uma bola de golfe parada na garganta, e lágrimas prestes a saltarem dos olhos, ouviu frustrante ressonar, o sono comendo solto na poltrona de ouvinte. Palavras ao vento. Trauma difícil de curar. Ser rejeitado pelo próprio terapeuta, especialista pago para entender, acolher e gostar da gente.
Difícil perceber direito o presente. Celebro o passado, enfeito o futuro. Quando o cotidiano rola não tiro proveito. Viver agora eu deixo para depois, desde ontem. O momento é pobre, não dá para imaginar.

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