quinta-feira, agosto 03, 2006

My Brolly

Mania é coisa que se tem, gosto de umbrelas. Sabiam que existe a palavra em português? O lord que há em mim adorou. Nunca mais falo guarda-chuva. Pois é, tenho vários. Carrego um pequeno, talvez por hábito, já que mal me cobre, na valise. É a garantia de que, na ocorrência de aguaceiro, manterei a cabeça seca, talvez só o cocuruto. No porta-malas mantenho um daqueles tipo barraca, abriga três pessoas folgadamente. Quando aberto é um pouco perigoso. Em caso de ventania corre-se o risco de repetir a cena do filme Mary Poppins, sair voando por aí. E vários outros, espalhados por todo lugar. Depois que os chinêses passaram a fabricar, comecei a adqüirir quase que na mesma velocidade. O preço é argumento forte. Como um intrumento tão bem elaborado, tão engenhosamente fabricado, pode ser tão barato? Mesmo que não resista a uma garoa fininha, brisa leve. Compro e vou guardando, armazenando, estocando, fazendo provisão.
É claro que tenho meu preferido! Trouxe do Reino Unido. Um trabalhão, por sinal. Duro convencer as autoridades que aquilo não era arma branca, podia seguir comigo no avião. Não logrei êxito. Precisei despachar com a bagagem, morrendo de preocupação. Chegou razoavelmente inteiro.
Deixo o meu brolly no trabalho. Apenas pelo prazer de provocar inveja nas pessoas. Quando permito e aceito que se aproximem dele, percebo o olhar de cobiça de todos. O cabo de madeira envernizada sempre provocando comentários. Dizem que é sólido, perfeito, verdadeira obra de arte. Outro dia um rapaz, visivelmente apaixonado pelo objeto, me pediu, meio encabulado:
- Quando você viajar novamente para a Inglaterra me traz um desses?
Sorri meu sorriso enigmático. Pode esperar sentado.

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