segunda-feira, março 19, 2007

Sugar Cane

Todos que estudaram um pouquinho na escola passaram pelo ciclo da cana de açúcar. Quando o ensino era tradicional, como no meu caso, o infeliz do estudante precisava decorar as etapas. As primeiras mudas da planta vieram, ao que parece, na expedição de Martim Afonso de Souza. Até o começo do século XVII, a produção açucareira no Brasil não parou de crescer, atingindo o apogeu nas primeiras décadas desse século. Foi a primeira atividade economicamente organizada de nossa terra, sendo substituída, quando começa o século XVIII, pelo ciclo do ouro.
Recentemente recebemos a visita do Bushinho. Juntamente com nosso douto presidente, que certamente não precisou aprender coisas chatas no colégio, discutiram os desígneos do etanol, combustível que empolga o mundo atual como opção. Gostaria apenas de levantar uma lebre: seria um bom caminho para nós?
Considero que viver um novo ciclo da cana de açúcar seria no mínimo um retrocesso. Enumero os problemas: voltarmos a ser monocultura; jogarmos nossas fichas mais no campo do que na industrialização; apostarmos em um combustível que, fatalmente, em pouco tempo, será substituído pelo hidrogênio; adotarmos uma solução que agride o meio ambiente em sua produção.
Somos, realmente, um país com pouco planejamento.

17 comentários:

valter ferraz disse...

Lord, não resta dúvidas que o teu raciocínio está correto. Mais uma vez, creio eu pagaremos o preço de uma escolha errada.
Já fizeram escolhas erradas, quando optaram por privilegiar transporte terrestre consumindo combustíveis fósseis, quando privilegiaram plantadores de soja em detrimento de outras culturas para consumo interno, quando optaram por políticas restritivas ao crescimento em pról de um combate rídiculo à inflação mantendo altíssimas taxas de juros, etc. Enfim se fosse enumerar tomaria teu espaço todo.
Não podemos nos esquecer que para produzir mais e mais etanol estaremos consumindo mais e mais óleo diesel(petróleo) para as máquinas agrícolas que curiosamente não são movidas nem por etanol, nem tampouco por biodiesel.
Escolhas erradas, resultados conhecidos. Afora mais queimadas, mais destruição de florestas, mais contrabando de madeira.
Um abraço para você

Lord Broken Pottery disse...

Valter,
É bem por aí. Quando começamos a enumerar tudo o que fazemos de errado dá um desânimo... Até pra escolher ministro é um parto.
Grande abraço

Anônimo disse...

Este país vai virar um i-m-e-n-s-o canavial.
Gostaria de ver a praça dos Três Poderes coberta de cana.

Lord Broken Pottery disse...

Peri,
Daria uma bonita festa. Convidaríamos os companheiros Chàvez, Evo e Fidel. Convocaríamos a Marta, nossa nova ministra do turismo, para cuidar da lista de convidados e escolher o cardápio, regado a uma branquinha especial, de alambique.

Anônimo disse...

pior é quem trabalha na lida designada

Lord Broken Pottery disse...

Querida Eliana,
Põe pior nisso, muito pior.
Beijão

GUGA ALAYON disse...

Nós somos uma eterna monocultura. Da Rede Bobo.
abç

O Meu Jeito de Ser disse...

Mas, nós simples mortais sabemos disso tudo.
Aí eu te pergunto: Esses malas lá em cima, estudam prá quê?
Única e exclusivamente para lascar com a vida de "nois pobrezinho"?
Um beijo

peri s.c. disse...

Lord, poderíamos colocar os quatro presidentes para cortar aí uns 8 alqueires de cana, prá desenferrujar as juntas e talvez o cérebro, embotado por certas idéias fixas. Juntos não devem ter trabalhado, na acepção da palavra, nem uns 10 anos na vida.

valter ferraz disse...

Peri, tá aí: trabalho forçado na cana ou cana para eles. Não são fãs do Fidel? cana e você, tudo a ver. Pensa bem: 10 toneladas por dia vezes quatro, quarenta toneladas. Um bom número.

Anônimo disse...

Voltando seriamente ao assunto: está todo este ôba, ôba, mas :
1. vocês acreditam que os americanos vão entregar a rapadura da distribuição mundial, que é, junto com o refino, o que realmente dá poder e dinheiro no negócio do petróleo ? As 7 irmãs vão engolir o etanol quietinhas ? Ninguém comenta este aspecto da questão. Os jecas-tatu aqui vão ficar na enxada enquanto os outros lá ganham dinheiro em cima.
Tal e qual como a extração de minérios.
2. céu de brigadeiro com o petróleo, sem concorrência de outro combustível, à U$$60 o barril, mas e se derrubarem o preço, num dumping mundial quando o etanol surgir no horizonte ? Enfiar aonde aquele mundo de pés-de-cana? hamm?

Anônimo disse...

Lord, quando o mar não esta para peixe, põem-se o embornal nas costas e se muda de posto. Não vou contraditar tanta gente sabida!Deixo minha opinião para outra oportunidade!Forte abçs.

Lord Broken Pottery disse...

Guga,
O termo monocultura fica estranho quando aplicado ao nosso paiseco. não temos é cultura nenhuma.
Abração

Aninha,
Você tem razão. Os malas antigamente estudavam, agora perceberam que é "perca" de tempo.
Beijo

Peri,
Cortando tudo isso de cana perderiam uns quilinhos, para quem nunca perde nada seria divertido.
Abraço

Valter,
Os fãs do Fidel estão preocupados em salvar o terrorista italiano que pegaram no Rio. Aquele que é da turma que matou o Aldo Moro. Crime político é diferente, o sangue que rola se justifica.
Abraço

Peri,
Seriamente falando não acredito em nada que nos envolva com qualquer país do primeiro muito. Enquanto não tivermos um governo que se preocupe com educação seremos sempre enganados. Ontem vi na televisão que estão reformando uma escola aqui na periferia. Sabe como resolveram a questão? Com rodízio de aulas. Vamos bem...
Abraço

Eduardo,
Sua opinião é sempre valiosa.
Grande abraço

valter ferraz disse...

Peri, tentando falar sério: continuo na tecla das escolhas. Mais uma vez embarcamos no trem da alegria, do oba oba e do dinheiro fácil. Apenas as indústrias voltadas ao segmento terão sua parte no bolo enquanto durar a farra. Depois que tanto americanos quanto os asiáticos dominarem o mercado com nossa comoditie, darão a clássica banana e irão plantar a sugar cane em Honduras opu qualquer outro paiseco que se abra. Fizeram com a borracha, o café foi por aí, a soja está aí para não deixar que nos esqueçamos. Outra coisa que não pode passar: a mão de obra quase-escrava e a fiscalização inexistente. Mais uma vez somos fornecedores de mão de obra barata, sem qualificação alguma. E o meio ambiente degradado primeiro pelo desmatamento e depois pela monocultura, estagnado ficará reduzido a áreas erodidas. Como vê, sou nada pessimista.
Lord, desculpe se me apropriei do espaço demasiadamente.

Ana Moraes disse...

a minha preocupação está realmente na questão ambiental - já muito estudada com os ciclos da cana desde idos, fauna e flora quase zero, corte de áreas de preservação para aumento de plantio, queima até 2021 permitida, e agora, corte de orçamento do MMA grande...é, dá no coração..

Anônimo disse...

Ih! deu nó no meu quengo! Tico e Teco num tão entendendo nada! Alguém pode me explicar que zorra total é essa?
abraço, garoto

Lord Broken Pottery disse...

Valter,
A casa é nossa. É para isso que existe, para nos manifestarmos. O Assunto é realmente instigante (você já reparou como gostam dessa palavra atualmente?).
Abraço

Ana,
Não encontro o seu blog, como faço?

Denise,
A gente começou falando de cana, entrou por aqui, saiu por alí, se entusiasmou, fomos indo, indo, enquanto estiver bom iremos.
Beijo