quinta-feira, março 29, 2007

Competition

Pergunto a mim mesmo a razão de ultimamente preferir ficar em casa. Cada vez mais tendo a sentir-me deslocado em grupos. Festas e reuniões têm sido um martírio para mim. Só vou mesmo quando não posso recusar, por medo de magoar o dono do convite. É quando sinto mais vontade de viver distante, longe de quem me conheça. Não precisaria mentir, inventar desculpas ou motivos para que me deixassem estar como prefiro, só.
Vocês já repararam o estilo dos encontros de hoje em dia? Tentem lembrar de alguma conversa recente que seja aproveitável. Embates, disputas, inexiste troca de idéias. Se o assunto é política, cada um eleva a voz e opina sem ouvir o outro. Desinteresse total sobre o pensamento alheio. Sentimentos? Jamais. Discutir questões íntimas está fora de questão. Tudo muito superficial.
E fica aquele contato descosturado. Família, música, cinema, trabalho, viagens e aquisições. Pulamos de assunto em assunto, tilintando o gelo no copo, falsamente alegres. Ciscamos um pouquinho aqui e ali. Em cada grupinho somos melhores em alguma coisa, ou piores, ganhando, perdendo, gastando saliva. Cansativa e barulhenta contenda.
Não tenho mais paciência. Por quê sair de casa em busca de diversão e continuar competindo? Tem hora que só queremos paz. Todo guerreiro precisa de trégua.

20 comentários:

Anônimo disse...

Lord, tenho iguais sensações. E o que mais me emperra é aquele fato de "não conseguir terminar um pensamento sequer", antes que qualquer um intervenha e interrompa dizendo coisas que são provas máximas que não estava prestando bolhufas de atenção ao que se dizia. Há uma "necessidade" de auto-afirmação, mesmo que aquilo a ser dito não tenha absolutamente nada com o contexto. Vazio absoluto. Zero real! Também prefiro o retiro. Abraços.

valter ferraz disse...

Caro Lord, o sentimento é de recolhimento, já que o mundo ali fora está totalmente fora de controle, não? Ao menos dentro de casa podemos opinar, ser ouvido e dialogar(isto é, a depender do clima doméstico).
Reuniões sociais, tudo o que não desejo. Fujo, minto ou simplesmente não vou. Estou bem aqui, junto ao mar, sol e pássaros. Querer mais o quê?
Abraço grande

O Meu Jeito de Ser disse...

Sei não, mas a primeira vista tanto o post quanto os comentários denunciam os grupos. Grupos com a mesma faixa etária!
Ery, Valter e Lord.
Claro que tem aqueles velhinhos e velhinhas transviados (como eu por ex), que fogem a regra. E adoram bagunça.
Mas é bem nítido isto, aos poucos perdemos a paciência para coisas ou pessoas vazias, preferimos o recolhimento, com pessoas que falam a mesma língua, e, claro que se consegue manter uma comunicação.
Um beom final de semana.
Um beijo

Anônimo disse...

Lord, aqui não posso dar muito palpite porque SEMPRE detestei festa. Reunião de tres ou quatro casais ainda vai. Mais do que isso estou literalmente fora! Mas não é uma coisa de idade , como falou alguém, eu desde muito jovem já tinha sacado a perda de tempo desse tipo de reunião! E vejo que não tenho perdido nada! Abçs

Anônimo disse...

Oi, tinha escrito pra avisar q comentei no post anterior a esse, mas a mensagem não chegou. Sobre o atual assunto acho q falo + tarde. Bj.

Lord Broken Pottery disse...

Ery e Valter,
Eu entendi mal ou a Aninha chamou a gente de velho? De qualquer maneira acho que estamos na mesma canoa. Por isso me sinto tão bem por aqui, prestam atenção no que eu falo. Coisa rara hoje em dia.
Abraços duplos

Mani,
Também sou alegre, gosto de uma confusão. Acho que poderíamos trabalhar no mesmo lugar.
Beijo

Aninha,
Como já disse para a Mani até que gosto de uma bagunça, considero-me um cara alegre. O que me irrita nas festas é o clima de competição, a ansiedade que as pessoas tem de se exibirem, sem se importar com o que dizemos.
Agora me explica uma coisa, que negócio é esse de faixa etária? O Valter, o Ery e eu somos três jovens.
Beijo divertido

Eduardo,
Quando eu era menino, não gostava de festa de aniversário. No meu, já que faço em janeiro e estava em férias, pedia pra viajar.
Grande abraço

Sibila,
Já fui lá e respondi.
Beijão

Vivien Morgato : disse...

Só vou quando sei que vou me divertir. Se em meia hora estiver chato, vou embora.
Se for pra encarar multidões desconhecidas, nem apaceço.;0)

anna disse...

sou o oposto. falo até com poste. e ele responde. prá ficar em casa só mesmo por um bom motivo, que tirando os filhos, não me vem nenhum outro a cabeça .
com certeza 90% do que converso não muda um tico o futuro do planeta. mas idéias e afetos, mesmo que mal trocados como vc bem coloca, são uma forma de reciclagem. prá mim.

Anônimo disse...

Vaidade rola e muito. Até certo ponto acho salutar. Tomando artigo de C. Caligaris, da semana passada, vivemos num mundo nasrcisita, talvez no sentido + comum da palavra, mas tb no sentido psicanalítico. Nesse, segundo o C.C. queremos acima de tudo a aprovação alheia, custe o q custar, grite o que gritar, escandalize o q escandalizar. E esse acho q é o problema, no qual me incluo, claro. Na ãnsia de nos tentar fazer legais, sacados, etc, acabamos não ouvindo o outro e mesmo não escutando a nós mesmos. E, depois, vazio. Mas ainda cuto bons momentos em bares e festas, seja conversando algo + íntimo ou sério, seja dançando ou falando bobagem. Sabe q esses nossos encontros virtuais - ótimos - me dão + angústia q os ao vivo? É bom encontrar as pessoas em carne e osso, vê-las nas expressões + inesperadas, sei lá eu. Acho q dá pra tirar nesses encontros uma casquinha do q somos e do q nossos amigos/ interlocutores são. Beijão.

Anônimo disse...

Lord, é mais ou menos isso, ou melhor, é isso mesmo que disse.
Só que me sinto à vontade para dizer, porque de vocês três, sou a mais velha.
E, como você bem sabe, não se discute com os mais velhos.
Somos todos jovens, mas que as vezes essa molecada enche o saco, não há dúvida!
Brijos

Anônimo disse...

Mas tô c/ a Vivien, gosto até de festões, porém tem q ser c/ gente legal e uma parte já conhecida. A troca de afeto q a Anna falou é fundamental e isso, acho eu, ocorre de maneira "mucho mar legal", ao vivo. Beijos.

Lord Broken Pottery disse...

Vivien,
Somos parecidos. O problema é que cada vez mais desconfio que não vou me divertir e fico em casa. Será que estou ficando velho? Esta pergunta, em si só, demonstra otimismo.
Obrigado pela visita.
Beijo

Anna,
São essas conversas, as que não mudam um tico do planeta, que acho mais interessantes.
Beijão

Sibila,
O problema é esse. A maioria das pessoas acha feio o que não é espelho. Não param de admirar a si próprias para trocar com as pessoas em volta: afeto, carinho, informações, coisas para mim importantes. Tenho voltado para casa com uma sensação crescente de vazio. Aqui, no trabalho, o ambiente é competitivo. Quando estou aqui tenho muito pouco do Lord, é o conhecido pega pra capar das empresas. Nas festas, com os amigos, esperava outro tipo de comportamento. A competição, muitas vezes, continua. O carro novo, o apartamento, os filhos maravilhosos, os gênios que são na profissão, um exibicionismo sem fim.
Beijão

Aninha,
A molecada, sem dúvida, para usar uma expressão que nosso inconveniente presidente usou ontem num discurso, realmente enche o saco.
Beijo

Sibila,
O último festão legal a que fui foi em Salvador, no final de 1999. Juntamos a família do Brasil inteiro, está todo mundo espalhado, para comemorar a mudança de século. Embora, como profissional de processamento de dados estivesse preocupado com o bug do milênio, e plugado na empresa, me diverti muito.
Beijão

valter ferraz disse...

Lord, o debate comeu frouxo no post anterior e eu fiquei de fora?Só agora é que fui ler. Cara, vcs foram loooonge, hein? Não falei que a Sibila gosta do tema? O único senão é ela gostar tanto do lula, eca! que gosto, Sibila. Cai na real, menina.Vem pro bem, vem. Vc está andando em péssimas companhias, menina. Não estão querendo enxergar o óbvio. E o óbvio diz que vcs foram enganados, traídos e são esculhambados por aquela camarilha que se apossou do puder(pelo voto,eu sei.Mas grudaram nele e não o largarão tão fácil, sei também). Sempre é tempo de rever conceitos e preferências. Não é crime admitir que pegou a condução errada e sinceramente eu acho que vocês pegaram. O bonde do pt não leva alugar nenhum a não àqueles cantinhos escuros onde se cometem as maiores ousadias.
Lord, dessa vez acho que a Sibila vai me riscar do caderninho. Desculpe-me apropriar assim do espaço.
Abraços aos dois

Lord Broken Pottery disse...

Valter,
Já disse e repito, o espaço é seu, da Sibila, é nosso. Concordo com a sua opinião a respeito do Lula, mas... A coisa mais difícil é mudar. Assim como não mudo o que acho do FHC, acho difícil quem gosta do Lula mudar.
Abraço

Anônimo disse...

Oi Valter, não são as companhias, não, sou eu, muito eu (parece aquela personagem do castelo Ra Tim Bum, q quer comprar da maneira q for, o casarão: EEEEU, MMUUUUITO EUUUU! Lembra?. Como é mesmo o nome desse ator magnífico? Beijões. SSSSSIbila, será q do mau???

Anônimo disse...

Ah, claro q não me identifico - inteiramente (?) _ (aliás pouco, embora o ache uma gde figura) - com aquela personagem do Rá Tim Bum, mas achei engraçado lembra-lo por aqui - já q o Valter não se conforma com tudo o q eu disse, achando q eu sou aquela boa moça q usa inclusive dados de outros ingenuamente. Digo tudo foi esultado de MEU pensamento. Bj. Não, podeixar, Valter (e olha bem pronde vai, Lord, q cê tá na mira), não o risco da minha caderneta pq o Comitê Central assim não o quis, mas da próxima, já sabe, né? PAREDÓN!!! Bjs. queridas e queridos.

valter ferraz disse...

Sibila, um beijo para vc. Pelo bom humor. Não quero que mude de lado não. Se ocorresse isso, perderia toda a graça. É na diversidade de opinião que achamos nossas escolhas. Quem não muda de idéia são os radicais, coisa que acho que vc não é. Diálogo inteligente e produtivo.
Obrigado Lord. Teu espaço aqui vale ouro.
Abraços grandes

Lord Broken Pottery disse...

Valter,
São vocês que fazem o espaço.
Abraço

GUGA ALAYON disse...

sintoma clássico de blogar em excesso. ahahaha
antes de (des)casar passa. ahaha

Lord Broken Pottery disse...

Guga,
Você tem razão. Parece que até já catalogaram a enfermidade.
Abraço