sexta-feira, abril 27, 2007

Interview

Recentemente organizei na revista da UBE (União Brasileira dos Escritores) de São Paulo uma grande matéria sobre Graciliano Ramos. Nela saiu a entrevista imaginada que montei abaixo.


“... o artista deve procurar dizer a verdade.”


Quem não gostaria de entrevistar Graciliano Ramos? Já que isso não é mais possível, recorremos a sua obra. Das muitas páginas e idéias que deixou, surgiram as perguntas e respostas. Quando vimos, a entrevista estava pronta.


UBE: O escritor tem uma relação íntima com a memória. Muito do que se escreve vem de lá, do que é lembrado. É assim com o senhor?
GR: A primeira coisa que guardei na memória foi um vaso de louça vidrada, cheio de pitombas, escondido atrá de uma porta. Ignoro onde o vi, quando o vi, e se uma parte do caso remoto não desaguasse noutro posterior, julgá-lo-ia sonho. Talvez nem me recorde bem do vaso: é possível que a imagem, brilhante e esguia, permaneça por eu a ter comunicado a pessoas que a confirmaram.

UBE: O senhor foi preso político, esteve na prisão sem ter sido julgado. Como encara, hoje, o episódio?
GR: As minhas primeiras relações com a justiça foram dolorosas e deixaram-me funda impressão. Eu devia ter quatro ou cinco anos, por aí, e figurei na qualidade de réu. Certamente já me haviam feito representar esse papel, mas ninguém me dera a entender que se tratava de julgamento. Batiam-me porque podiam bater-me, e isto era natural.

UBE: Os críticos foram sempre generosos com sua obra, o que acha deles?
GR: A coisa mais fácil do mundo é fazer crítica, fiquem sabendo, principalmente crítica literária. Eu, pelo menos, acho facílimo. Retirem dali os chavões, galicismos e as tolices, e vejam o que resta...

UBE: O senhor escreve à mão. Como é ver a obra, depois, impressa?
GR: O senhor já leu Balzac? Perdoe-me se sou indiscreto. Já, hein? Nem podia deixar de ser assim. Pois talvez se lembre de que esse fidalgo francês, a páginas tantas de um de seus formidáveis livros, diz que um artigo impresso parece valer mais que o mesmo artigo manuscrito. E é assim mesmo, não acha? Dir-se-ia que os períodos ganham mais expressão, energia, graça, uma grande soma de vantagens, enfim. A beleza do tipo, os espaços em branco, os grifos – que coisas tentadoras!
Imagine-se a distância que vai entre uma tira ignobilmente coberta de caracteres infames, semeada de borrões, e a mesma tira exposta em uma coluna nitidamente impressa em ótimo papel. É caso até para o autor ficar um tanto desconfiado, como o ingênuo carpinteiro que viveu há muitos anos lá num recanto da Ásia, e perguntar a si mesmo se foi ele que fez aquilo.

UBE: Como vê o mundo moderno?
GR: Não é nenhuma novidade dizer que as necessidades de um homem hoje são coisas muito complexas. Antigamente, um cidadão vivia com duas ceroulas, três camisas, uma casa esburacada, um banco, uma rede, uma mesa, um pote, um curral de vacas, um tabaqueiro, e um lenço. Às vezes também possuía um chapéu de couro e um par de alpercatas. Era pouco. Entretanto, era quanto bastava para chegar-se aos noventa anos sem precisão de óculos. É verdade que naquele tempo ainda não havia o costume de ler coisas impressas, o que, segundo está provado, danifica a vista de forma assustadora. Cada vez vamos ficando mais estragados dos olhos na flor da idade. A continuarem as coisas assim, não estará longe o dia em que as crianças já nascerão de pince-nez.

UBE: O senhor escreveu um livro chamado “Viagem”. Gosta de viajar?
GR: Em abril de 1952 embrenhei-me numa aventura singular: fui a Moscou e a outros lugares medonhos situados além da cortina de ferro exposta com vigor pela civilização cristã e ocidental. Nunca imaginei que tal coisa pudesse acontecer a um homem sedentário, resignado ao ônibus e ao bonde quando o movimento era indispensável. Absurda semelhante viagem – e quando me trataram dela, quase me zanguei. Faltavam-me recursos para realizá-la; a experiência me afirmava que não me deixariam sair do Brasil; e, para falar com franqueza, não me sentia disposto a mexer-me, abandonar a toca onde vivo. Recusei, pois, o convite, divagação insensata, julguei. Tudo aquilo era impossível. Mas uma série de acasos transformou a impossibilidade em dificuldade; esta se aplainou sem que eu tivesse feito o mínimo esforço, e achei-me em condições de percorrer terras estranhas, as malas arrumadas, os papéis em ordem, com todos os selos e carimbos. Tenho horror às casas desconhecidas. E falo pessimamente duas línguas estrangeiras. Estava decidido a não viajar; e, em conseqüência da firme decisão, encontrei-me um dia metido na encrenca voadora, o cinto amarrado, os cigarros inúteis, em obediência ao letreiro exigente aceso à porta da cabine.

UBE: O senhor é um romancista consagrado. Que conselho daria a quem está começando? Se alguém quisesse escrever, digamos, sobre o crime e a loucura, como deveria proceder?
GR: Romanceando por exemplo o crime e a loucura, está visto que ele deve visitar os seus heróis na cadeia e no hospício, mas, se quiser realizar obra completa, precisa conhecê-los antes de chegar aí, acompanhá-los na fábrica ou na loja, no escritório ou no campo de plantação. Necessariamente o ofício de seus homens deve ter contribuído para que as coisas se passassem desta ou daquela forma. É intuitivo que o negociante deitou fogo ao estabelecimento porque os lucros se reduziam. Digam-nos como se operou a redução. E o indivíduo que matou os filhos e deu um tiro na cabeça? De que se alimentava esse malvado, a que gênero de trabalho se dedicava? Certamente ele é um malvado. Mas a obrigação do romancista não é condenar nem perdoar a mavadez; é analisá-la, explicá-la. Sem ódios, sem idéias preconcebidas, que não somos moralistas. Estamos diante de um fato. Vamos estudá-lo friamente. Parece que este advérbio não será bem recebido. A frieza convém aos homens de ciência. O artista deve ser quente, exaltado. E mentiroso. Não sei por quê. Acho que o artista deve procurar dizer a verdade. Não a grande verdade, naturalmente. Pequenas verdades, essas que são nossas conhecidas.

41 comentários:

valter ferraz disse...

Meu caro, interessante maneira de falar do gênio de Graciliano Ramos. Nada melhor que a própria pessoa(ou alguém "falando" por ele), para isso é preciso uma intimidade que poucos alcançam.
Meu conhecimento da obra desse escritor não é tão vasto quanto eu gostaria, mas o suficiente para descobrir nele a genialidade do grande autor.
Tenho aqui comigo um exemplar de "Angústia". Um livro "pesado", denso e que deixa transparecer um Graciliano angustiado, metódico e melancólico. Mas a narrativa segue firme, densa e persegue o objetivo: contar uma estória e os percalços de um personagem de encontro a sí mesmo, e isso ele consegue com maestria.Próprio dos grandes autores.
Um abraço grande

Anônimo disse...

Lord, ótima entrevista. Perguntas perfeitas para respostas inteligentes. De parabéns os dois!

Vivien Morgato : disse...

Lord, Graciliano Ramos foi um dos impactos da minha adolescência. Sempre tive o hábito de ler muito de um autor - caso gostasse dele - tentando chegar próximo de conhecer - com todas as limitações - o estilo do autor em questão.Com Graciliano isso não aconteceu, quanto mais eu lia, menos eu conseguia "categorizar" em um estilo, a impressão que eu tinha é que ele se reinventava a cada obra. Fascinante.
Em um momento da minha dissertação, onde falo de linguagem e narrativa, uso Fabiano como um exemplo. Depois te mando.abç.

Anônimo disse...

Lord, olá!
Gosto muito de Graciliano Ramos, mas quero saber um pouco mais sobre ele...sua entrevista está ótima, texto inteligente, parabéns!!!
Obrigada pela visita,é um prazer tê-lo por lá, posso linká-lo? Assim volto com mais facilidade...Um bom fim de semana...
P.S.: Qdo puder, apareça, tem post novo!
Bjos, Crissssss....

O Meu Jeito de Ser disse...

São pessoas assim inteligentes ao extremo, que numa simples conversa, te dá vontade de sentar ao pé do mesmo, e confortavelmente só ouvir.
Um abraço

Lord Broken Pottery disse...

Valter,
Gosto dessas entrevistas imaginárias, calcadas no texto do autor. Tenho um projeto de fazer com outros escritores.
Angústia, na minha opinião, e na dele já no fim da vida, é o melhor livro de GR.
Grande abraço

Eduardo,
Mais uma vez, e sempre, muito obrigado.
Abraço

Vivien,
Fabiano, em minha opinião, é uma das melhores e mais significativas personagens da literatura brasileira.
Beijo

Cris,
Estar linkado por você será uma honra para mim. Obrigado.
Beijo

Aninha,
Também gostaria muito de poder ter conversado com GR. Infelizmente ele morreu um ano antes de que eu nascesse.
Beijo

Anônimo disse...

Lord, passando aqui para deixar um grande abraço pra você. Estou na rua neste momento.
E bom final de semana.

Lord Broken Pottery disse...

Adelino,
Tenho sentido falta de você lá no
Mais Ou Menos Nostalgia. Faz tempo que não me agrado com um texto seu. Você precisa escrever mais.
Grande abraço

Anônimo disse...

Que beleza de colagem, que delícia de "entrevista". Ele era um homem brilhante, e é de se notar que, com muita freqüência, os homens brilhantes preferem as alpercatas aos grandes salões ou aos transatlânticos. A destacar e fruir: A continuarem as coisas assim, não estará longe o dia em que as crianças já nascerão de pince-nez.

Anunciação disse...

Todas as maravilhas e elogios que eu iria deixar aqui já foram ditos brilhantemente por meus antecessores.Magnífica entrevista.

Lord Broken Pottery disse...

Jayme,
Também gosto muito da frase que você citou. Obrigado pelo entusiasmo com a colagem.
Grande abraço

Anunciação,
Também acho, essa turma é fera! De qualquer forma obrigado.
Beijo

Ricardo Rayol disse...

Ineterssantíssima entrevista. O que "ele" diz sobre críticos é perfeito. Um amontoado de lugares-comuns. Sem contar os venais.

Lord Broken Pottery disse...

Ricardo,
É o que acho também da maioria dos críticos, logicamente com algumas exceções.
Grande abraço

Anônimo disse...

Lord, gostei muito desta entrevista com um escritor que jamais pôde morrer. Como você nos mostrou, ei-lo vivo em cada um dos seus pensamentos. Parabéns!

Lord Broken Pottery disse...

Mário,
Obrigado pelo carinho.
Abraço

Anônimo disse...

Diziam q ele era meio taciturnão (imagem q me vem à cabeça pelo q li de seus livros e do filme Memórias do Cárcere, c/ o ator ... esqueci o nome, excelente no papel!), mas vê bem q humor e inteligência, não? Lord, vc leu no Estadão q vai sair um livro sobre Clarice Lispector- entrevistadora, ela q exerceu essa profissão por um tempão? Fiquei salivante!Bj.

Anônimo disse...

Lord, ainda ontem conversava com minha filha sobre o estilo de Graciliano e o de Guimarâes Rosa. A dureza e a leveza. Amo os dois. Que tal a próxima "entrevista" não ser com o Rosa, hein, hein? Olha eu dando pitaco, he he. Excelente esse post. Parecia ouvirmos o próprio Graciliano se expondo. Interessante a tese de que o poeta não deve ser um fingidor, mas dizer a verdade friamente. Gosto disso.
abraço, garoto

Anônimo disse...

Ixe, q burraldina....!!!! Depois, lendo o comentário da Denise é q percebi q vc é q tinha composto a entrevista. Mil perdões. E ai, ai, q vergonha! Beijo e todos os elogios feitos ao Graciliano pelas respostas, então, agora corretamente redirecionados a vc, claro! Ah, o entrevistador tb me parece afiadérrimo!
Tô vermelhaça de vergonha, vô ver se tomo jeito, se dou uma volta! Tchau! Beijo!

Lord Broken Pottery disse...

Sibila,
As enrevistas são imaginadas da seguinte maneira. Primeiro leio alguma declaração do autor (Graciliano no caso), texto, coisa importante que tenha deixado por escrito. Imagino depois a pergunta para aquilo que ele disse. Está pronta a entrevista. É simples.
Beijão

Denise,
Para bolar esse tipo de entrevista é necessário que tenhamos um conhecimento razoável da obra. Com Graciliano foi fácil, conheço bem o que escreveu. Com Guimarães Rosa seria mais difícil. Conheço pouco a obra dele e, particularmente, tenho um pouco de birra com ele. Embora não ouse negar que ele seja um grande escritor, cresci em uma casa onde sempre ouvi falar mal dele. Essas coisas ficam, é claro que é um tipo de preconceito, grudadas na gente e é muito difícil de nos separarmos delas depois.
Beijão

Anônimo disse...

Lord, um pouco de paciência comigo, please! Mas queria saber se as respostas foram tiradas de falas do próprio Graciliano ou "inventadas" por vc. Todo modo, bem original esse jeito de adentrar as obras e opiniôes de autores. Fico fascinada com esses meus amigos blogueiros! Beijo.

Anônimo disse...

Milord, é engraçado vc falar dessa birra. De fato, outras vezes ouvi, junto aos elogios de praxe, algumas críticas ao jeito roseano de ser, um tanto nariz em pé. Particularmente, o incômodo que em mim convive com a admiração era o sem-dó com que ele malhava o Machado de Assis. Acho que ele entendeu que teria a chance de dividir com o Machado a posição de maior nome da literatura brasileira. Viagem da minha imaginação, mas plausível.

Lord Broken Pottery disse...

Sibila,
As fals todas são do próprio Graciliano, tiradas de seus livros. Apenas fiz que as perguntas se adequassem ao que ele disse.
Beijão

Jayme,
Tenho sérias restrições ao caráter dele. Malhar o Machado de Assis é bobagem. É o maior autor de nossa literatura e ponto final. Não tem pra ninguém.
A birra maior fica por conta da época da ditadura. Como na obra dele aparece essa coisa de palavras novas, a possibilidade de análise fora da contextualização social, foi o autor mais estudado durante o regime militar. Ele nunca incomodou os milicos.
Grande abraço

Anônimo disse...

Oi Lord, agora mais acomodada em meu cérebro- pouco cérele com suas peripécias entrevistas, obrigada. E, pouco célere mas curiosa, entrando em assunto talvez alheio, queria saber por saber: o G. Rosa, minha paixão total (e é unanimidade), qual a questão tão sombria ou sombriazinha de caráter? 2 outras coisas +: se a ditadura (vômito pra seus atos atrozes - o foram quase todos) mas se acertou em o incluir, qual o problema? E a 2a.: Borges, e mesmo nosso querido Nelson Rodrigues (ao menos até saber da prisão do filho) não eram caras considerados ou auto-proclamados de "direita" (e deus do céu o q quer isso dizer?) -- ditadura, fato histórico, marca colóide em nossas vidas, e então, e então, e as a obra deles? Tava lendo Proust e o cara dizia exatamente dessa separação q devemos fazer. Assim como a do poeta e de sua vida, é necessário, a do escritor e a "realidade" em q vive. Vide Vargas Llosa. Se puder escrever sobre seria ótimo do meu pto de vista. Beijo por tudo.

Anônimo disse...

Oi, no lugar de colóide, q ñ existe, é melhor, talvez - não consegui realmente localizar a palavra - "quelóide", acho possível. And ô Lord, please don´t be me so misunderstood!

Lord Broken Pottery disse...

Sibila,
Todos os escritores que você citou são grandes, enormes. O problema é que quem viveu a ditadura guarda mágoa também muito importante. Não dava, na época, para aceitar a posição deles. Falo principalmente de Borges e de Nelson Rodrigues. O Borges dizia coisas horríveis, o Nelson Rodrigues, talvez por ingenuidade, negava o que estava acontecendo. Levou um susto quando viu o filho torturado.
O Guimarães Rosa foi e é um grande escritor, não vale à pena alimentar raivas. O Vargas Llosa tem migrado para a direita mas sempre foi ótimo.
O Proust, a quem admiro muito e de quem a esquerda não gostava por várias razões ligadas, inclusive, à sexualidade dele, estava certo. Não devemos confundir a pessoa com a obra.
Beijão

Anônimo disse...

Lord, um dos grandes momentos da literatura mundial é o monólogo final de Paulo Honório no final de "São Bernardo". depois de refletir, fazer o balanço de sua vida e concluir que estragou tudo,ao ter poder mas ao mesmo tempo afastar os amigos, não ter o amor do filho e provocar o suicídio da mulher, ele finaliza com uma frase soberba:
"A culpa foi minha, ou antes, a culpa foi desta vida agreste, que me deu uma alma agreste."

essa molecada de hj acha que Graciliano é só Vidas Secas.

Anônimo disse...

Milord,
Excelente a entrevista imaginada e imaginária.
Um abraço do tamanho da admiração.
Meg

Lord Broken Pottery disse...

Serbão,
Graciliano tem várias frases notáveis essa, a do Paulo Honório, também é das que gosto mais.
Grande abraço

Meg,
Obrigado pelas palavras carinhosas.
Beijão

Anônimo disse...

Lord, creio que você conheceça o texto, mas lá vai a sugestão :no último livro de Sérgio Augusto, As Penas do Ofício, uma coletânea de seus artigos na Bravo, um dos ensaios é sobre GR, o título : " O Buster Keaton das Alagoas " .

Lord Broken Pottery disse...

Peri,
Vale a sugestão. Desconheço o ensaio e vou procurá-lo.
Grande abraço

valter ferraz disse...

Lord, estive fora ontem o dia todo e não participei dessa discussão. Gostaria muito de estar presente e dar os meus pitacos também.
Embora tardiamente vou colocar um.
Acho que devemos sempre separar a trajetória pessoal do autor de sua obra. Embora muitas vezes intimamente ligados, às vezes uma se destaca da outra. Se não separarmos, não relevarmos alguma atitude incoerente( aos nossos olhos, claro pois a pessoa às vezes é coerente com suas convicções e não sabemos)perdemos o melhor desse autor.
Jorge Amado, por exemplo. Por vezes esteve muito distante do pensamento dominante(que é cíclico e muito dependente da situação)e nem por isso perdeu sua importância.
Em outros autores também vemos isso.
Talvez com G.Rosa, Borges e N.Rodrigues tb tivesse ocorrido o mesmo.
Aqui vou cometer uma heresia: Não gosto da obra de Nelson Rodrigues.
Acho que com esta afirmação deva ser jogado no último círculo do inferno(ao menos pela obviedade da preferência unânime pela obra dele). Este ano pensei em ir à FLIP. Desistí qdo descobrí que o autor do ano seria Nelson. Não me desperta o apetite.
Bom, fico por aqui se não monopoliso a atenção e não é o que quero.
Abraço grande

valter ferraz disse...

Port favor, bota um "z" em monopolizo aí que ficou esquisito. Eu e minhas deficiências.
Um abraço

GUGA ALAYON disse...

genial. Obra, autor e entrevista.abç

Lord Broken Pottery disse...

Valter,
Também acho que devemos fazer essa separação embora, particularmente, seja muito difícil para mim. Acabo metendo os pés pelas mãos e confundindo a obra com o autor. Não deveria. Não se preocupe com os pequenos enganos que cometemos quando escrevemos. Isso é das coisas mais comuns que acontecem. Todos nós estamos sujeitos a eles.
Você não tem deficiências, escreve muito bem. Já vi muito escritor famoso errar, se enganar, se atrapalhar. Desencana!
Grande abraço

Guga,
Obrigado pelo carinho de sempre.
Grande abraço

Anônimo disse...

Boa tarde Lord!!!
tudo bem? Desejo que sim...agradeço imensamente suas visitas é um grande prazer tê-lo lá em casa! Como já comentei anteriormente sobre esse post, hoje vim em especial para convidá-lo para dar um apassadinha lá no blog...tem algo especial lá no post de hoje para você! Então tá, te espero! Beijo, Crisssss....

Anônimo disse...

Eu vivo fazendo correções - nada a ver com o Valter, q é gde escritor - preciso pq acabo muuuuuuuuitas vezes escrevendo errado: por não saber mesmo, por distração. Sei q é chato, mas + chato pra mim se não corrigir. Do Santa Esmeralda, é assim a frase a q me referia: "Oh, Lord, please don´t let me be misunderstood." Desculpa aí e beijo. E eu q achava q manjava um pouco de inglês...Quer me dar aulas?

Lord Broken Pottery disse...

Cris,
Sou muito curioso, estou indo correndo ver.
Beijão

Sibila,
Conheço e gosto muito da música. Aulas de inglês? Não sei se saberia ensinar.
Beijão

Anônimo disse...

Caco Lord,

no dia em que te conheci, tinha ido entrevistar seu pai sobre o pai dele.
O "Jornalivro" nº 5 seria dedicado ao Graciliano, e eu havia sido encarregada por Roberto Freyre, editor, de fazer a parte biográfica, enquanto Osman faria um estudo crítico.
Eu tinha conhecido seu pai uns dias antes, na McCann, lá na Sete de Abril. Nos apresentamos e, curiosidades satisfeitas, percebemos que nosso local de trabalho não seria ali, naquela salona de empresa, seu pai de terno, eu sem saber onde punha as mãos, a caneta, as laudas (eram laudas!)
Em sua casa, conheci, numa noite só, você, sua mãe, seus irmãos, os cachorros.
Hoje, passados tantos anos, tenho certeza de que foi o encantamento com o texto do Graciliano que nos fez, a todos, amigos para sempre. Seu pai tinha o encantamento do homem, do leitor, do publicitário, do escritor, mas sobretudo do filho.
Eu, professora formada em Letras, há pouco chegada a São Paulo, tinha o encantamento do leitor que, entre um autor e outro, uma e outra descoberta, uma e outra identificação um dia encontra o eleito.
Eu tinha trinta anos, elegera o Graciliano há uns dez, e estava prestes a saber um pouco mais sobre ele, a fundir vida-obra (são uma coisa só, sim), a ler, reler.
Hoje, mais de sesenta, me emociono com sua entrevista. Ela me traz de volta frases que, felizmente, continuo sabendo de cor.
Ah, só mais uma coisa, que já me alonguei além da conta e, como disse o Valter, não quero monopolizar: meu texto para o "Jornalivro" começava exatamente como o seu, nesse blog. Com o "vaso de louça vidada, cheio de pitombas".

Beijo,
Vivina.

Anônimo disse...

Caco, meu Lord,

vidrada, falta um r!

Vivina.

Biajoni disse...

do caralho.
;>)

Lord Broken Pottery disse...

Querida Vivina,
Seu texto me emocionou muito. Saber que você me visita, vem ler as coisas que escrevo, me faz feliz.
Você é a escritora e amiga que permaneceu, depois da morte de papai. A única que ficou depois que todos se afastaram.
Beijo muito carinhoso

Biajoni,
Obrigado, amigo.