quarta-feira, novembro 08, 2006

Turn It On Again

Outro dia vi na tv uma reportagem interessante. Falava de um grupo de senhores que estudara junto em uma escola. Na época tocavam em festinhas, tinham uma banda. Depois cresceram, cada um tomou seu rumo, perderam o contato. A maturidade fez com que as lembranças voltassem muito fortes. Mais ou menos ao mesmo tempo sentiram necessidade de se reencontrar. Como sempre se faz nos dias de hoje, pediram socorro à Internet. Cada um pesquisando em seu computador, vivendo em bairros e cidades diferentes, acabaram se descobrindo. O programa captava bem a emoção do momento. Sentados em volta de uma mesa, gordos, calvos mas ainda jovens, cantavam e tocavam, com afinação comovente e indisfarçável alegria, rejuvenescidos, uma canção dos Beatles.
Outros três senhores, cinqüentões muito mais famosos, acabam de declarar que iniciarão uma turnê. O tecladista Tony Banks, o baixista Mike Rutherford e o cantor e bateirista Phil Collins, farão uma série de apresentações na Europa. Sim, o Genesis está de volta. Com a mesma vontade e motivação do grupo anterior menos conhecido. Para eles uma reunião de antigos companheiros de colégio, no caso a Chaterhouse School. Explicaram que foi muito fácil ensaiar, e que as canções simplesmente tinham voltado às suas cabeças, pois faziam parte de suas vidas.
Concordo. Existem diversas músicas que pertencem à minha história. O Genesis fez algumas delas. Acompanhou minha evolução (ou seria involução?). Até o começo dos anos oitenta, o rock progressivo que faziam, com estruturas musicais complexas e letras rebeldes, adeqüava-se perfeitamente ao jovem que eu era. Depois, caminhando em direção ao pop, romanceando bastante melodias e palavras, possibilitaram que, mais velho, continuasse admirando o conjunto.
Turn It On Again, além de ser o título de um de seus hits, é o nome que escolheram para os shows que farão. Espero que Phil Collins, que subitamente perdeu a audição do ouvido esquerdo em 2000, e que tem recomendação médica de não mais tocar ao vivo, não sofra maiores conseqüências. E que se esbalde na bateria. Ninguém, para mim, tem levada tão forte e característica.
E para anteciparmos um pouco a festa, deixo parte de letra da primeira fase do grupo, muito adeqüada ao momento do blogueiro que vos escreve.
That's Me
Every morning when the people are out
And I'm free move around on my own
I look into the sun and I see a reflection
Of a sad and lonely shrivelled man
That's me, that's me
And I know it's how I'm always gonna be

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