Gosto de política. Evito abordar o tema aqui por várias razões. Recebo visita de amigos com posições distintas, credos diversos, considero falta de tato provocá-los com opiniões muitas vezes diferentes das deles. Sei, por experiência própria, que nossas convicções ao serem atingidas, ou confrontadas, provocam disposição de revide nem sempre saudável. Resumindo, acho esse espaço pouco adeqüado ao debate partidário. Prefiro preenchê-lo com textos um pouco mais literários.
Não posso, porém, como cidadão, sob o risco de parecer alienado, coisa que em absoluto não sou, furtar-me a falar, vez ou outra, sobre coisas que me parecem importantes no cotidiano do país.
Antes de mais nada preciso revelar uma disposição que vem crescendo dentro de mim. A de não mais agredir gratuitamente nosso presidente. Passei por um aprendizado voluntário, fruto de muita reflexão, onde concluí que o Lula, antes de mais nada, precisa ser respeitado. Todos aqueles que o elegeram merecem, por tabela, essa determinação interior. Deve fazer parte do jogo democrático que, tenho certeza, todos sabemos ser o melhor caminho, a aceitação da escolha da maioria. Mais do que isso, o respeito incondicional ao direito que o povo tem de optar. Qualquer tentativa de questionamento desse mandato ganho nas urnas, qualquer movimento que insinue usurpação ilegítma dessa vitória é coberto, tenho certeza, perigosamente, pelo manto negro do golpe.
Passo então, rapidamente, sem mais delongas, ao que me levou a todo esse preâmbulo. O discurso feito recentemente onde o nosso presidente afirma ser o PT um dos partidos mais éticos do país. O dicionário Houaiss revela, por extensão de sentido, que ética é conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade. Não considero apropriada, portanto, a relativação do conceito. Não existe mais ou menos ético, da mesma forma que inexiste mais ou menos ladrão.
37 comentários:
Caco, concordo com voce plenamente. Tenho tentado me abster do debate, não por me furtar, mas para não criar arestas. Tem horas, que me é impossível ficar de fora. Mas, já criei vários antagonismos por aí e não quero mais e tem outra coisa: quando um grupo, partido ou tendência se instala no poder, sempre se acha respaldado ou em votos ou na força, portanto de nada adianta nossos clamores. Aqui em casa somos partidários do "quem pariu Mateus, que o embale".
Grande abraço, mano
Valter,
Os votos, realmente, dão esse respaldo.
Abração
As Democracias andam meio adoentadas. Já cheguei a pensar se não será mais exacto desiganar os sistemas em que vivemos de Partidocracias. O processo de escolha dos dirigentes é democrático mas a utilização do poder que eles fazem depois é regido mais por normas partidárias que por princípios democráticos. Vê o que se passa, por exemplo, com essa espécie de presidente que dá pelo nome de Bush. Ou Chávez... até mesmo Hitler foi eleito em sufrágio universal! Há qualquer coisa que tem de mudar. Em nome da Ética, nem mais nem menos.
Abração.
Ricardo,
Gostei!
O que eu acabei de ler demonstra mais uma vez a pessoa de bem e íntegra que vc é!
Respeito sempre!
Beijos!
Lord, na verdade acho que estamos cansados de dar murro em ponta de facas.
Eu mesma, tô sentindo um cansaço de tudo, uma vontade deixar tudo prá lá.
A impressão que dá, é que quanto mais esperneamos, mais a coisa vai pelo ralo.
Penso que essa democracia, é um troço que colocaram em nossa cabeça, e nos fizeram acreditar que seria coisa boa.
Acreditamos, nos deram o direito do voto, e agora nos jogam na cara, que temos que pagar pelas c... que fizemos.
Deixa prá lá.
Um beijo
Lord, gostaria tanto que "nosso" Presidente conseguisse reciclar um pouco o besteirol que lhe é tão peculiar nesses discursinhos que faz por aí afora. É triste ouví-lo. Na realidade isto é uma prova do despreparo. Dizer que alguém é "mais" ou "menos" ético que outro é a mesma coisa que afirmar que existe uma mulher "mais ou menos grávida". É triste. Além disto o que me consome é a grande dose de ódio com que ele parece "assoprar" a maioria das palavras e frases dos seus sempre atrapalhados improvisos. O homem é definitivamente "despreparado", para não dizer outro adjetivo que todos conhecem e respeitar sua decisão de não mais tratá-lo com palavras contundentes. Abraço, caro amigo.
Lord, vc sabe que votei no lula e minha posição, até um pouco confusa sobre estado de direito e socialismo, sindicalismo, e outros ismos....
Seu texto reflete a sua seriedade e a posição que vc sempre adotou ao longo de alguns momentos de crises que pude compartilhar com vc na blogosfera...
Sua crítica, tão perspicaz, veio no paragrafo final?
não... em todo o texto...
genial.
Boa noite.
Vim aqui por indicação da MARILIA e quero parabeniza-lo por sua posição final qto ao assunto "ética".
Aliás,mais uma bola fora do nosso presidente.
Abraços!
Lord Caco, Lord Caco!
Louvo seu propósito de calar o que tem vontade de gritar. Se você pensou e chegou a essa conclusão, seja fiel a você mesmo.
Quanto a mim, que poderia ser sua mãe, talvez já tenha adquirido o direito de não ter mais paciência, nem esperança. Com relação à política, claro.
Há algum tempo, finjo morar em outro país, viver em outra época.É um artifício que funciona.
Só assim tenho dado conta de seguir em frente, de cuidar de mim, da família, dos problemas.
Não tá fácil ser brasileiro.
Desculpe pelo desabafo, e receba um beijo.
Vivina.
Há que respeitar a 'instituição' dita democrática ou a 'presidência da república', por exemplo. Sinto-me desconfortável quando vejo críticas radicais ao atual governante, embora concorde com muitas (nem todas, pois não sou 'quanto-pior-melhor'). Seu post, Milord, é equilibrado. E de equilíbrio estamos precisando. Muito.
Lord, que bom que resolveu sair do pote e encarar a "dura" realidade. Não se trata de fazer média com nossos amigos blogueiros, mas de afirmar a cidadania num regime republicano democrático. Quem falou em golpe? Quem quer tirar do poder, quem a ele chegou pelo voto?
Mas tem limites para os eleitos!
Lula e seu governo tem passado desse limite, e muito.
Qual é o papel do POVO? (ou uma parte dele, por enquanto)?
Ficar calado, amorfo, fingir que não é conosco?Que nada esta em curso? Que não habitamos neste país, e que por ele não somos responsáveis? Ou vamos esperar que os milhões de apaniguados, agraciados pelas bolsas, sejam elas quais forem, "éticos e probos", mensaleiros venham RECLAMAR por mais 3 ou 4 mandatos? É disso que se trata, caro amigo Lord!
Forte abraço, e desculpe a veemência, mas o assunto, e a hora, exigem , pedem, imploram por atitudes e posições claras, abertas, éticas, honestas, e em quanto é tempo!
Caro Lord,
Hoje, por acaso, dando uma olhada na coluna do Jabor, achei , por acaso, uma citação do Wynton Marsalis, feita sabe lá em que contexto : " O jazz é como a democracia, cada um tem direito a seu solo, mas tem que negociar esse direito com o conjunto". Exemplo perfeito.
Só que de vez em quando aparecem uns que acham que tocam melhor que os outros e querem os microfones só para eles. Outros que fingem que tocam. Outros que tocam só para suas claques, estejam nas cadeiras numeradas ou na geral. E etc.
A platéia tem o sagrado direito ao aplauso ou à vaia. aplaudirão mais se aprenderem a escolher melhor o espetáculo a ser assistido, ouvindo nesse processo muita música e afinando sua sensibilidade.
O que não pode mesmo é que alguns, saudosos de tempos de escuridão que já vivemos, queiram apagar a luz do teatro. Que estes grupos existem , existem.
Tem muita gente, na penumbra do foyer, querendo fazer isso. E tem muita gente em pleno palco também querendo manipular a escuridão.
Vivemos uns tempos complexos, que não são para amadores.
Belo texto.
Evito ao máximo tratar desses aspectos da coisa, mas essa relativização da “ética” me parece definitiva.
Um abraço.
Silvares,
Acho que é bem por aí, em nome da ética antes de qualquer coisa. Na política, na vida, em todos os setores.
Grande abraço
Alice,
Gostaria de ter a mesma certeza que você parece ter em mim.
Grande beijo
Aninha,
É justamente isso. Não podemos deixar pra lá. Com o respeito que temos que ter pelos que elegeram o presidente, devemos colocar os pontos nos i sempre que necessário.
Grande beijo
Ery,
Lembrando apenas que meu respeito é mais pelos que o elegeram, e têm esse direito.
Abarço amigo
Marilia,
Conheço, sim, sua opinião. Foi um pouco guiado por ela, pelo respeito que lhe tenho, que procurei revisar meus conceitos. É preciso, quando falamos do presidente, lembrar que muita gente que acreditava depositou suas esperanças nele.
Beijão
Do,
Fico muito contente com a sua visita. Assim que possível retribuirei. Colocarei um link para me facilitar as idas ao seu blog.
Beijão
Vivina,
Eu sinto bastante parecido com você. Preferiria estar vivendo em outro país, na Inglaterra, por exemplo. Acho que as coisas por aqui assumiram uma dimensão desgastante demais. Apenas percebi que tem muita gente boa, muitos que acreditaram no Lula, alguns ainda acreditam, que merecem respeito. Eles, com as razões lá deles, sentem-se atacados quando criticamos quem escolheram. Não tenho porque atacar essas pessoas. Fizeram sua escolha. Eu até não concordo com ela mas, democraticamente, tenho que aceitá-la.
Grande beijo
Claudio,
Foi bem o que eu quis passar: equilíbrio. Tenho me preocupado com o acirramento dos ânimos.
Grande abraço
Eduardo,
Repito o que disse ao Claudio, equilíbrio antes de mais nada. Sou contra esse governo e principalmente contra o Lula. Acho que ele traiu muito dos compromissos que tinha com seus eleitores. E paro por aí. Criticarei, sempre que alguma coisa me incomodar demais, não fico dentro de potes, as atitudes desse governo. Respeitando quem votou nele e acreditando, piamente, que têm o direito de eleger e gostar de quem quiserem. Da mesma maneira que me sinto agredido quando esculhambam minha opção partidária, nunca escondi que sou tucano, tenho que aceitar e respeitar que votou e ganhou as últimas eleições. É apenas um jogo democrático. Podemos até questionar esse jogo, mas prefiro que ele exista.
Grande abraço, amigo
Peri,
Apenas uma olhada nas colunas do Jabor já ajuda muito a nos posicionarmos. É um cara que leio sempre com respeito e admiração. Concordo que a platéia tem o sagrado direito a aplauso ou vaia. Acho apenas que devemos sempre, na medida do possível, humanamente, respeitar as opiniões diversas. É bem isso o que tem me preocupado. Perceber que muitos estão esquecendo de respeitar gente que merece respeito. No passado, quando atacávamos a ditadura, falávamos de um governo que tinha se imposto pelas armas. Esse que está aí, gostemos ou não, e eu não gosto, foi eleito.
Grande abraço
querido,
recebeste?
Lord, "embora muitos dos que votaram nele e recebam agora este seu respeito, não tenham a mínima vontade de respeitar o pensamento adverso". É complicado, meu amigo. Nesses muitos, incluo a militância, o pessoal do "samba no chão" (como se diz no carnaval), que está mesmo é a fim de tumultuar em muitas ocasiões. Eles não levam muito à sério essa coisa de pensamento democrático não! Eu não me iludo, embora concorde com você que todo respeito deva ser dado, até como questão de exemplo. Abração.
Tatiana,
Ainda não. Mas deve estar chegando.
Beijão
Ery,
Eu concordo inteiramente com você. Não vejo, na maioria das vezes, o mesmo respeito do lado de lá. É o que me faz, aliás, ter mais vontade de respeitar do lado de cá. Até para, como você bem disse, dar o exemplo.
Grande abraço
Não vejo questionamentos ao resultado das urnas. Pelo menos eu questiono, e muito, são outras coisas.
Ricardo,
Eu também.
Abraço
Lord, concordo com tudo que você coloca e defende. Acho, e ajo como você, que temos que respeitar todos, eleitores, ou não, contrários ou não, adversários ou não, mas temos o sagrado direito, e diria mais, dever, de fazer oposição, quando ela é necessária, como no momento presente. Oposição não é desrespeito, não é ofensa, não é crime, é pelo contrário a vitamina e analgésico das democracias!
Fazendo nas suas observações este reparo, estou com você, amigo Lord!
Esquenta não que estas coisas acontecem,hehehe.
Abração!
Eduardo,
Eu sou e faço oposição. Como já disse, meu partido é de oposição.
Abraço
Do,
Grande abraço. Viu? Já está linkado.
Abraço
Em política, prefiro ser neutra. Mas, como você bem destacou, Lula merece respeito pela posição que ocupa. Mais produtivo do que xingar um Presidente seria não elegê-lo, ou melhor, não reelegê-lo.
eu votei nele da primeira vez... e me decepcionei...mas acho que me decepcionarei com qq um que estiver lá.
cansei dessa bagunça.
beijocassssssssssssssssssssss!
Detesto política, e, na maioria das vezes, abstenho-me de dar opinião.votei nele e me decepcionei, mas não o critico. chego até a pensar que talvez ele realmente de nada saiba, que é um bobo da corte.
abraço, garoto
Lord, posso defender AQUI o Lulla??
Denise, minha querida, essa não!De bobo o chefão da máfia não tem nada!
Desculpe, meu Lord!
E saiba que não tenho partido. Nunca fui, nem gosto dos tucanos!(digo, dos políticos do partido), nada contra o amigo ser!
Abçs! e obrigado pela visita à feira!
(:-))
Claudia,
Assino em baixo.
Beijão
Perdidinha,
Todos nós estamos cansados.
Beijo
Denise,
Acho que ele é muito esperto pra ser bobo.
Beijão
Eduardo,
A feira estava realmente linda.
Grande abraço
lord, assim como nem mais ou menos grávida.
Anna,
É isso aí, não existe mais ou meos grávida.
Beijão
Olá lord!
sabe que as vezes leio comentarios seus em outros blogs, e apesar de te achar sério, sempre consigo encontrar uma nota de nostalgia e uma de deboche...
bom, seu debochado...rsss monetizar, hoje, na blogosfera é colocar um quadro de Monet no seu post...rsssssss
bjos
Marilia,
Legal! E qual a razão do estardalhaço, dos debates, de toda celeuma? Seria falta de assunto de nossos pares blogueiros?
Beijão
Lord,
outrora fui mais acirrada com relação a política, hoje procuro ser mais "maneirinha".
Graças a Deus não sou sem teto, sem
terra, sem comida,mas concordo que é necessário diminuir a linha de pobreza, dar condições aos menos favorecidos. Alem disso, também a classe proletária alcançou a classe média, e a classe média baixa, sempre esmagada, conseguiu respirar nesse governo.
Necessário que deixem o Homem trabalhar, e não o boicotem.
"O mais ético" é para reforçar a expressão,o brasileiro gosta disso,
e ele é um brasileiro do povo.
Dou um doce se voce adivinhar em quem eu votei,hahahah...heheheh
Beijão, meu amigo.
Atrazilda de novo.
Eu adoro discutir política- o q envolve escutar o outro - acho um tema fascinante, tento me informar sobre. Só que até hoje acontece de eu me inflamar, ser passional. E já fui mais exaltada. Hoje olhando lá no passado, vejo que era quase autoritária (quase?). Melhorei à medida que minha prepotência (inconsciente: eu, prepotente?) foi sendo descoberta. Percebi que o mundo, as mudanças não estavam tão ao meu alcance, subordinadas a meu toque, cerebelo. Passei procurar abrir mais minhas formas de ver, tentar olhar antropológico e até empático com o diferente: morei em Londres com, entre outros, um cara malufista, situação insuportável anos antes. E a gente conversava até sobre política.
Acho que vc tem essa sensibilidade/capacidade de discernimento, Lord. E mais que isso um cuidado extremo com o que certas situações podem despertar. Mas não falar de política oficial não deixa de ser uma atitude política, né?. Beijos, leio mais tarde o post de cima. Té.
Sibila,
Ser lido/comentado por você é sempre uma honra. Morar com malufista deve ter sido difícil (risos...).
Beijão
A frase citada parece com uma afirmação do senador João Alberto quando era candidato a prefeito de S.Luis dizendo que era 90% honesto.Mas concordo com você:ele merece respeito pelo cargo e eu como eleitora não arrependida,também;você é um lord mesmo.
òtimo post! Gostei. Acho que o presidente merece respeito pelo cargo que exerce e ponto. Respeito porque é o presidente desta nação e foi eleito legalmente. Mas não tem como eu acalmar a revolta dentro de mim toda fez que vejo o sr. Presidente na tv, ou leio as suas frases de efeito. Mas falta pouco para isso acabar. Que na outra eleição tenhamos melhor sorte, que o povo vote melhor. Sonhar não custa nada...se bem que acho que isso é quase um delírio. Triste nossa realidade, enfim, como já disseram por aqui, eu as vezes finjo que vivo em outro canto, para esquecer dele e de nosso políticos nada éticos.
Beijos
Marion,
Acho que é por aí. Precisamos ter paciência, aguardar novas eleições. Eu não consigo fingir que vivo em outro canto, só consigo sonhar em viver.
Beijo
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