quarta-feira, fevereiro 28, 2007

A Brain Wave

Sábado participei de uma exaltada discussão em sala de aula. O tema era inspiração. Existiriam momentos especiais que surgem do nada, como se daria o processo artístico criativo? Para minha surprêsa a turma dividiu-se em dois grupos distintos, sem meio termo. Uns acreditando em instantes mágicos, quando os caminhos aparecem de maneira extemporânea outros, talvez menos sonhadores, insistindo na força do trabalho.
Posicionei-me com os últimos. Arte é suor. Sem planejamento, dedicação total ao esforço de se produzir, empenho em reservar, metodicamente, parcela importante do tempo ao ato inventivo, nada se concebe de importante.
Na busca insistente e criteriosa pela melhor forma de expressão o belo aparece. É necessário isolamento, disposição, coragem para encarar a frustração quando o objetivo não é alcançado. Recomeçar, insistir, experimentar, refazer, são verbos cotidianos na vida de quem cria. Nenhum verso cai do céu, inexistem quadros famosos pintados ao acaso, o fortuito passa ao largo da qualidade.
Embora a afirmação tire o glamour de muita gente o artista é um operário.

5 comentários:

valter ferraz disse...

Dez por cento inspiração, o restante transpiração



As letrinhas de que falei são essas aí debaixo, os caracteres de verificação, mas deixa prá lá.

Lord Broken Pottery disse...

Valter,
Acho que dez por cento é muito.
Abraço

Anônimo disse...

Lord,
Há muito que trabalhar e transpirar mas a tal da inspiração também existe sim.
Pode ser chamada também de talento e não é todo mundo que escreve que tem. Quando a tal da inspiração aparece fica tudo tão mais fácil...
Kisses anda good texts for you, Lady Madonna

Lord Broken Pottery disse...

Lady,
Estou convencido que talento é trabalho. Inspiração é uma definição romântica demais para o meu gosto. Quem procura, acha, quem trabalha, consegue, acho que vai por aí... Como diria o ditado: Deus ajuda quem cedo madruga!
Kisses

Anônimo disse...

Lord, da página principal li tudo. Como pude, todo êsse tempo passar ao largo de tão boa literatura? Crônicas como gosto. Curtas, objetivas, bem escritas, digestivas e oportunas.Me fazem lembrar meus cronistas prediletos da imprensa diária da época: ML, {Luiz Martins}, Rubem Braga para não fazer a lista grande.Agora, com vagar, vou nos arquivos.Sei pouco sobre vc, mas com meus 10 anos a mais, saberei descobrir!Abraços e parabéns pelo texto e blog.