sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Checkmate

Leio sobre as aprovações na Câmara relativas à segurança. Fala-se em redução de maioridade penal. Sou contra. Não acredito em ações tomadas no calor da emoção. Temos que ser racionais e técnicos na hora de legislar. Crime é reduzir a verba para educação.
Antes de pensarmos em alongar o período em que as pessoas ficam presas deveríamos refletir. Para que servem as prisões? Basicamente para tentar corrigir o indivíduo. Prepará-lo para que possa ser reintegrado à sociedade sem colocá-la em risco. E como estão as nossas instituições? Menores infratores entram na FEBEM analfabetos e saem de lá analfabetos. O que aprenderam no período em que lá estiveram? Adultos, ladrões de galinha, saem dos presídeos assassinos. O que aprenderam? Nada. Aprimoraram-se na violência, ganharam mestrado e doutorado em crime.
É triste ver crianças brutalmente assassinadas. Os jornais de hoje mostram um menino de doze anos, drogado, sendo preso por matar a facadas a avó. Outra violência infantil. O que leva um garoto a fazer isso? Mais simples e fácil é trancafiá-lo, pela lógica imediata dos afoitos.
Sem um projeto sério que passe por minorar as desigualdades sociais não adianta. Com a crônica carência de pleno emprego, o orgulho das classes menos favorecidas lá em baixo, e sem educação de boa qualidade nas escolas, o futuro é o pior possível. No jogo de xadrez em que nossas vidas se transformaram há muito tempo foi dado cheque-mate.

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