segunda-feira, setembro 11, 2006

Food For Tought

Caetano é sem dúvida um cara instigante. Além do trabalho que realiza há anos como compositor e cantor, diz sempre alguma coisa que nos faz pensar. Certo ou errado, estimula o debate. Essa qualidade é para mim relevante, próxima das outras já citadas, as de artista.
Li recentemente seu comentário sobre a quantidade excessiva de canções. Será que haveria um limite? Poderíamos atingir um dia o estado de saturação? Estaremos fadados ao fim do novo?
Não pude deixar de me arrepiar com a afirmação. Lieratura, música, pintura, todas as artes, estariam fadadas ao fim. Os críticos e os próprios artistas decidiriam, em algum momento, que o melhor já havia sido criado. O novo seria considerado falta de modéstia, pretenção, ultraje à beleza já produzida. Ninguém mais escreveria versos como:
E quando eu me vi sozinho, vi que não entendia nada
Nem de pro que eu ia indo nem dos sonhos que eu sonhava
Senti apenas que a mala de couro que eu carregava
Embora estando forrada fedia, cheirava mal
É o que acho desse pensamento. De alguma forma fede, cheira mal.

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