Em uma de suas músicas Cazuza diz: "adoro um amor inventado". Outro dia peguei-me pensando nestes versos. Os bons poetas nos fazem refletir sobre as palavras. Não seria todo amor, antes de qualquer coisa, fruto de nossa imaginação? Creio que sim. Primeiro acreditamos que gostamos e somos correspondidos, encontramos então quem tenha a mesma fé com relação a nós mesmos e, inspirados, antecipamos em nossos corações as mais variadas alegrias: teremos a melhor transa, receberemos o mais belo sorriso, passearemos de mãos dadas, ouviremos, apaixonados, os sinos tocarem junto da mulher amada, até que morte nos separe. A emoção nos afastando da realidade, plenos de expectativas criadas e recriadas, felizes. O bom do amor é que é irreal em sua origem. E permanece, para sempre, se for verdadeiro, inventado, e inventando-se.
segunda-feira, julho 20, 2009
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35 comentários:
Ainda bem que está de volta. Já estava ficando irritante essa sua preguiça!
E volta, justamente, com um tema ótimo para reflexão. Falando no amor.
Eu tenho estado pensando nisso, coincidentemente, nesses dias. Tenho pensado que o amor é uma coisa tão pessoal, tão interna, tão egoísta, que é só o amor que a gente sente que importa. E quando a gente sente esse amor, que é tão forte e tão exclusivo, fica parecendo que é só ele que existe. E é tão improvavel que só a gente, no mundo inteiro, tenha uma coisa assim, que o mais provável, mesmo, é que o amor nem mesmo exista. É uma ilusão besta. Uma islusão boa.
Caro Lord,
Ouvi, outro dia, no meu carro, Nara acompanhada, lindamente, por Menescal, no CD “Um cantinho, um violão”, cantando esta simples e especial canção de Geraldo Azevedo (que ficou, desde então, em minha cabeça...). Acho qu’ela se encaixa ao seu delicioso texto:
Inclinações Musicais
Geraldo Azevedo & Renato Rocha
Quem inventou o amor
Teve certamente inclinações musicais
Quantas canções parecidas
E tão desiguais
Como as coisas da vida
Coisas que são parecidas
Feito impressões digitais
No violão esta mesma subida
Na voz a rima de sempre
Coração essa mesma batida
Que bate tão diferente
Quando acontece na gente
O mesmo amor
É um amor diferente demais
Quem inventou o amor
Teve certamente inclinações musicais
Ouça-a, aqui, com os próprios autores (obs.: não encontrei, no site, com a Nara & Menescal).
Bom lê-lo novamente!
beijo,
Clélia
Lord, gostei do comentário do Arnaldo. Amor é uma palavra que sempre foi muito usada, mas define pouca coisa. Cada um a define como quiser.
O sentimento "amor" passa por várias fazes, muitas fases. Defini-lo então, é muito difícil.
Um grande abraço.
E feliz por vê-lo voltando.
Bem-vindo, Ricardo, e com um tema tão provocante; e intrigante também: depois que soube ter sido traída, nunca mais amei ninguém. Seria uma volta à realidade , uma fuga do mundo da imaginação? Interessante esta tua teoria.A emoção nos afasta da realidade.
abraço, garoto
Oi, Arnaldo,
O pior é que nem preguiça era. Apenas falta de tempo, coisas para escrever com prazos fixos. Fico com sua afirmação final: o amor é uma ilusão.
Grande abraço
Clélia, querida,
Belíssima letra, não?
Beijo grande
Adelino, caríssimo amigo,
Talvez esteja aí a maior dificuldade, definir o indefinível. Você captou bem. Não sei se já voltei, mas estou voltando.
Grande abraço
Denise,
Você faz um resumo definitivo. Concordo que a emoção nos afasta da realidade. E amor é emoção, não é mesmo? Bom rever a amiga.
Beijo
Viva, e salve o retorno. Fez muita falta! E é quase um novo caso de "desamor" aos seus leitores e seguidores!
Forte abraço
Eduardo,
Este amor não me falta, o que sinto pelos amigos e leitores.
Grande abraço
Só o amor ? A vida é uma grande fantasia, realizável ou não.
Fez falta, caro Lord.
grande abraço
Inspirado está você, milord! Valeu a espera.
Welcome back, my friend. You've been missed.
Um beijo
Caro Lord,
Sem dúvidas uma bela e verdadeira descrição do amor...o que é o amor senão a capacidade de renascer por sí próprio?
Muito bom poder vir aqui novamente, gosto muito do que escreve, sou sua fã,rs
Um abraço,
Cris
Peri,
Acho que mais senti falta do que fiz.
Grande abraço
Ana,
Você acertou em cheio, me deu vontade de escrever também aqui.
Beijo grande
Cris,
Eu é que sou seu fã.
Beijo
Caco querido:
Muito bom, poder falar com você aqui.
Como todos disseram, nos fez falta.
Agora, quanto ao amor, inventado ou não, fantasia ou não, só sei que amo, e gosto de amar.
Não consigo me ver vivendo no vazio que a falta dele me provocaria.
Um beijão nosso.
Aninha, querida,
Com outras palavras dissemos a mesma coisa.
Beijos pra vocês todos
Querido Lord Caco,
pô, quase não acreditei quando te vi/li de novo!
Seja benvindo à sua casa!
Quanto ao amor, imaginação ou não, faz parte. Carrega riscos, desencontros, desencantos. Afinal, nada é perfeito. Só o seu texto...
Beijo carinhoso
Vivina.
Leremos belos textos...
Um abraço.
Vivina, querida,
Estava com saudades suas. Vim aqui por ser a casa nossa.
Beijo carinhoso
James,
Espero que volte a escrever alguma coisa. A beleza fica por sua conta.
Grande abraço
Benvoltado!
Já deve ser Rei nessas alturas...
Abração
Guga
cazuza, o poeta maior de sua geração, continua motivando acontecimentos. agora, serviu de mote pra essa volta tão esperada. welcome back my friend, to the show that never ends!
Lindo o texto, como sempre. Vê se rouba mais vezes um tempinho ao seu tempo para vir aqui deixar coisas como esta. É sempre bom para quem o lê.
Aaaaah!!!!:
com a modéstia que *me* é peculiar (estou praticamente um Jânio Quadros) eu não me conforme de não ter sido a primeira, ou a segunda ou - vá lá a terceira a comentar e não se fala mais nissso.
Já escrevi um comentário. Não sei o que fiz e não saiu publicado.
Mas vamos lá.
Muito se pode vencer com a persistência.
Querido Caco (estou inaugurando o seu apelido); milord do meu coração, essas são as alegrias que podem vencer qualquer coisa, essas que vêm num post como esse, concentrado, *TERSO* - palavra bem graciliana, que nos obriga a ir ao dicionário:-) com idéias que nos fazem calar, dialogar internamente, reler, e deixar que se dissolva dentro de nós.
Amei o post, amei as palavras que expõem as idéias. Adorei a "costura" das hipóteses.
Eu chego até a me perguntar como o grande Calderón de la Barca: "La vida es (un) sueño" ????
Olhe só, Lord, que falta de tempo (e eu sei o quanto deve estar ocupado com todas as coisas e mais os estudos) mais inventiva e criativa?
Isso é só pra quem pode e sabe que escrevendo, sim d=se vence muitas coisas inclusive a morte de muitas coisas..
Mas, se a vida é sonho (veja como cada um que comentou usou sinônimos ou nem tanto para INVENÇÃO!) o amor é o sonho do sonho:-)
beijos, querido
Que felicidade.
Meg
Lord,
Seja benvindo.Feliz retorno.
Lord Broken Pottery é uma leitura certa e agradável.
Quanto ao amor: "são tantas emoções" com essa pequena e significativa palavra. rsrsrs
Bjs
ah! as coisas e as coitas de amor.
só quem as teve um dia, jamais olvida.
abraço,
Ery,
A sua amizade me comove, enriquece, envaidece. É claro que também senti a sua falta. Passarei para ver o link.
Grande abraço
Guga,
Antes “sesse”.
Grande abraço
Marcio,
Concordo. Uma das maiores injustiças não ter dado tempo dele aproveitar a evolução da medicina. Perdemos demais com isso.
Abração
Maria,
Vou tentar, vou tentar, quem tem amigos como vocês precisa ser mais cuidadoso e assíduo.
Beijo grande
Meg, querida,
Você enche demais a minha bola. Nem sei se mereço. Amor é antes de qualquer coisa amizade. Obrigado!
Beijo grande
Maria Helena,
Preciso fazer que seja uma leitura mais certa. Pretendo tentar.
Beijo grande
Claudio,
Como sempre dizendo muito com pouco (poucas palavras).
Grande abraço
Meu primo Lord, o único nobre da família,QUE BOM que você voltou ao blog - seu texto tá lindo, e eu concordo integralmente com ele!
Olha só que lindo o amor da Jana.
Amor não te falta.
Beijos querido.
Dear Lord,
Wellcome home! Love and kisses,
Lady Madonna
Lord,
Que satisfação visitar o seu blog - só por "desencargo" - e encontrar um novo, belo texto!
Viva você e viva o Cazuza, que continua e sempre continuara a nos fazer sorrir, chorar, cantar e, claro, refletir...
Welcome back!
Abraço,
Fabiano
Jana, prima querida,
A família inteira tem sangue azul, de caneta, pra escrever.
Beijo carinhoso
Aninha,
A Jana sempre foi uma prima muito querida, ela sabe disso.
Beijo
Lady Madonna,
Minha outra prima querida, estava com saudades. Já estás em terras lusas?
Fabiano,
Considero o Cazuza grande demais. Tivesse nascido em outro país e seria mais celebrado. Somos pequenos para a grandeza dele.
Fico sempre muito feliz com suas visitas e comentários.
Grande abraço
Tema pra reflexão, sim, senhor,o amor inventado, as ilusões surgidas em torno de pequenas emoções fantasiadas, o sentimento imaginário que ganha contornos de autenticidade, o emocional mascarando o real. E o amor aflora, produz-se, entranha-se (ou some, se se esteriliza nesse transporte) inventa-se e reinventa-se.
A vida é o amor em exercício e, como dizia a doce Cecília Meireles, "a vida, a vida só é possível reinventada".
Seu texto, caro Lord, é de Mestre.
Magaly, querida,
Você me lê com olhos de amizade. Obrigado!
Beijo
"Ando meio desligada" e só hoje me dei conta de sua volta ao blog - que bom!
É bem verdadeiro o que você diz sobre o amor - assunto inesgotável que responde por tantos sacrilégios literários, mas também por tanta beleza escrita, pintada, filmada e encenada. Nesse particular, a imaginação é a principal responsável pelas ilusões e dores de cotovelo deste mundo. Embora às vezes se ganhe o jogo, de pura sorte, quando imaginação e amor se dão as mãos e resolvem seguir juntos vida afora.
Seja muito bem-vindo, Lord. A gente sentia falta de você.
Oi,Adelaide,
Em parte foi por saudade dos textos que você escreve que voltei.
Beijo grande
Falou e disse, caro Lord. Obrigado pela visita.
Oi, Claudio,
Eu é quem agradeço.
Abração
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