Gosto de ir ao cinema sozinho. Não programo com antecedência o que vou assistir. Prefiro ir a um local com muitas salas, chegar na hora que mais me agrada, entrar na primeira sessão que irá começar. É o tipo de programa que me cura de tudo. Acabo vendo coisas boas e ruins, mas o saldo é positivo. O bom sempre permanece e o descartável vai para o lixo, esqueço. Como repito esta rotina semanalmente, enfileirando sempre mais de um filme, consigo manter-me atualizado com o que está passando. Além disso, à noite, antes de dormir, diariamente, escolho mais unzinho na televisão. Vício, paixão, não sei definir. Enquanto estou alí, observando a vida fictícia que passa na tela, não me preocupo com nada. Gasto mais um tempo, igualmente prazeroso, escrevendo minhas próprias histórias. Outro dia, num estalo, dei-me conta de que talvez prefira a ficção à realidade. Será?
sexta-feira, janeiro 16, 2009
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23 comentários:
Caco,
faz/fazem 32 anos que não entro num cinema. O último a que assistí foi Dona Flor e seus dois maridos, uma Sonia Braga quase-virgem, o Zé Wilker ainda não era a sumidade que virou. En fim, não vem ao caso. Voce fala da emoção. Eu, de recordações.
Bom, afinal o ficcionista aqui é vc, não eu.
Tem alguma dúvida que prefere a ficção?
Pois se até datas te confundem, esquece não é mesmo?Pois é. Caracteristica de quem vive em outros mundos. Com certeza mais prazeiroso que o rame-rame diário.
Um palpite? Não ceda à tentações. Continue o máximno que puder na ficção. Ganhamos todos, podes crer.
Beijo, mano
Ricardo,
Eu e a Clélia sempre fomos fanáticos por cinema. Lembro-me de maratonas, quando morávamos em São Paulo, de assistir até 3 filmes num mesmo dia. Era um tal de emendar uma sessão na outra, às vezes com pouco tempo pra isso, em cinemas distantes, um do outro, enfim uma correria.
Quando a Cecília nasceu, ficamos 1 ano inteiro sem ir ao cinema e isso era um sacrifício imensurável.
O que mais nos faz falta, agora que moramos no interior, é o cinema. Nenhum lugar é como São Paulo.
Só tem uma coisa que não suporto: Ir ao cinema sozinho. Cinema, pra mim, faz parte de um programa maior, com um jantar depois, onde os filmes são dissecados entre eu e a Clélia. Essa é a parte mais prazeroza da sessão.
Outra coisa que tenho sentido dificuldade é o de ver filme em casa, seja na TV, seja um DVD. Eu me disperso, ou durmo. Nada como a sala escura. Com bastante pipoca (que agora se vende em baldes).
Ricardo,
Eu deixo de assistir a filmes que quero por não querer ir ao cinema sozinha. Detesto. Adoro filmes, o mundo da ficção é relaxante. Mas não vejo qualquer coisa. Gosto de escolher o que quero ver.
abraço, garoto
Lord,
A magia da ficção é uma delícia.
Gosto muito de cinema, sempre gostei desde a adolescência, mas
vou pouco, exatamente porque não gosto de ir sozinha.
Ir às compras,passear em shopping,
até prefiro estar só. Entretanto vou experimentar, quem sabe eu tb não descubro um novo hábito.
Bjs
Lord, eu sou tão desligada! Não sei dizer se gosto de cinema ou não. Quando alguém me leva, vou ao cinema e ao sair da sessão eu pergunto o nome do filme. Passada meia hora já esqueci o que assisti e nem imagino o nome dos atores! Falar em diretores e roteiristas para mim é o mesmo que falar grego! Admiro quem gosta de filmes. Elza
Querido Lord:
Não se esqueça que o cinema é uma linguagem mecânica cujos fotogramas (quadro a quadro)formam imagens sequenciais(sem trêma),que se transformam em movimento,nos passando uma idéia, uma estória.
Não seria um paralelo com o processo de criação literária?
Tenha um ano criativo!
Abraços
Günther.
gosto muito de cinema, mas tem que ser de rua (detesto shopping e cinema de shopping) e o filme tem que ser bom, ou fico com aquela terrível sensação de tempo perdido, já que pode ser uma porcaria mas também não saio antes de terminar o sofrimento. mas afinal, qual foi o(s) filme(s) que você viu nessa sua mais recente incursão??
cinema roleta russa!
gostei.
Valter,
Pra mim é muito difícil imaginar a vida sem cinema. Não sei se é tão bom assim viver apenas na ficção. Um pouco de realidade, só um pouco, às vezes é bom. Gostei de ouvei o seu programa na Pier. Você tem futuro como radialista.
Grande abraço
Arnaldo,
Quando me emociono prefiro estar sozinho, e cinema me emociona. Não gosto de falar sobre emoções muito perto delas, quando ainda estou sentindo muito forte. Por isso prefiro ir ao cinema sozinho, pra dar tempo da poeira baixar. Manda um beijo pra Clélia, ta?
Grande abraço
Denise,
Se fosse ver as apenas os melhores filmes, veria menos do que quero ver. Como gosto, inclusive, de conversar sobre cinema, vejo tudo pra poder criticar depois. De qualquer forma, mesmo sendo muito ruim, dificilmente um filme me incomoda totalmente.
Beijo grande
Maria Helena,
Tem gosto pra tudo neste mundo, não é mesmo? Não gosto de ir às compras nunca, sozinho ou acompanhado. Acompanho minha mulher sem reclamar por cavalheirismo.
Beijão
Elza,
Acho que no fim, como a maioria das coisas, é uma questão de hábito. Habituei-me a ir ao cinema, gosto de conversar com as pessoas que vão. Na minha família, como todo mundo vai bastante, temos bastante assunto quando nos reunimos. Ontem mesmo fiquei um tempão com minha mãe no telefone, falando sobre filmes que vimos.
Beijo grande
Günter (com trema), meu caro amigo,
O paralelo existe sim. Só que é uma linguagem diferente, é claro, e bem mais ágil. Uma das coisas que gosto de escrever é roteiro. É gostoso escrever pensando nas cenas.
Grande abraço
Marcio,
Depois que o filme começa, eu mergulho na trama e o mundo pode cair que eu não percebo. No meu caso, como vejo sempre mais de um filme, acabo indo aos cinemas de shoppings. Além do mais, os de rua, estão todos virando templos evangélicos, antes de perderem os tetos, é claro. Que filmes assiti ultimamente? Acho que todos os que estão passando: Marley, Sete Vidas, O dia em que a terra parou (parece letra de música do Raul Seixas), O Curioso Caso de Benjamim Button, A Troca, vai por aí.
Grande abraço
Anna,
É bem por aí. Gosto da surpresa de um bom filme.
Beijo grande
Penso que toda a gente prefere a ficção. Senão porque estaríamos inventando histórias a toda a hora? Mesmo a realidade de um facto não coincide nas narrativas de duas pessoas diferentes que a ele tenham assistido. Ambas inventam, introduzem a sua perspectiva pessoal, o pormenor que o outro não reparou sequer e a realidade... coitada, não passa disso mesmo. Poucos se importam com ela.
:-)
Lord
Nossa vida é tentar tornar a realidade uma bela ficção. Difícil.
Nunca consegui o diálogo certo na hora certa. Me fazem falta o melhor enquadramento, a direção de cena mais apropriada, o fundo musical adequado e, todo dia, um "grand-finale".
PS
Valter : Sonia Braga "quase-virgem", ah, ah, isso sim uma ficção ( no bom sentido, nada contra )
Lord Caco,
adoro ir ao cinem, acompanhada ou não. Como sou chorona, às vezes a solidão ajuda, completa. Se choro só pra mim, ou só comigo, tenho noção mais exata da razão das minhas lágrimas.
Outra coisa: conversar sobre filmes é ótimo, igualzinho acontece com os livros...
Beijos lacrimejantes
Vivina.
Por mim, nem hesito em dizer que prefiro a ficção à realidade! A quantidade de vidas extras que isso nos permite, já pensou? ;-)
Beijo
Se não fosse a ficção, nem sei o que seria da gente. Não é uma fuga, é o exercício de uma faculdade que todos nós temos, mas uns desenvolvem mais que outros - a imaginação. Sem ela, a vida seria um inferno. A imaginação pode servir à realidade, melhorar a vida, porque uma está muito ligada à outra. Também sou fã incondicional do cinema, tanto quanto de literatura y otras cositas más.
Beijo e bons filmes!
PS: O Umbigo voltou, não sei se você já viu. Agora é:
www.umbigodosonho.blogspot.com
Peri,
quase não dá para acreditar, mas ela já foi semi-virgem um dia. Pois virgem mesmo, sei não. E era linda, a bruaca!
Lord,
gostei muito do texto.
Acho q a ficção é puro sentimento e desejo (mesmo q + dramático ou trágico, mesmo q + realista ou etc); é composição do q poderia ter havido ou do desejo q estivesse; é + livre pq ñ tem q se submeter ao "real".
Mas tb qdo a gente faz interpretação do real - por + argumentos, evidências, boa concatenação - ela não deixa de ser ficcional pq a realidde nunca é uma só e ela escorre. Por isso q mtas vezes os relacionamentos humanos são tão complicados.
Mas tb penso q a ficção traz outro nível de realidade.
Ah, sei lá, mil coisas. Assunto bom e bem tratado por vc c/ mto menos palvras.
Beijo.
Recadinho para a Anna:
"cinema roleta russa" é um achado.
Beijo.
Preferiu bem, pois a realidade nem existe...
Belo texto.
Um abraço.
Silvares,
As suas considerações são verdadeiras. A realidade é mesmo bem mais pobre. E o pior de tudo é que é inflexível, não admite interpretações livres como a ficção, embora muitos a encarem de maneira diferente.
Grande abraço
Peri,
O grand-finale talvez seja o sonho. E por falar em sonho, a Sonia Braga sempre fez parte de nossos sonhos.
Grande abraço
Ery,
Eu sou o contrário. DVD não me comove tanto embora, como viciado, assista os filmes em qualquer veículo.
Grande Abraço
Vivina,
Temos aí um ponto em comum importante. Também sou muito chorão, prefiro chorar sozinho, entendo assim melhor a razão das lágrimas, sem precisar dar satisfação delas. Como choro bem em frente de pessoas desconhecidas, estou me lixando para elas, a solidão ajuda, pois estar sozinho, para mim, é me afastar de quem conheço. Quanto a conversar sobre filmes, depois do impacto, já longe da emoção imediata, também acho um grande barato, e tenho certeza de que é uma das maiores razões para que eu vá tanto ao cinema: é um excelente assunto!
Beijo carinhoso
Ana,
Vidas extras e bem mais curiosas do que a mediocridade do cotidiano.
Beijo grande
Adelaide,
Você acertou em cheio. Poder exercitar a imaginação é talvez o grande barato da vida. Voltarei a visitar o Umbigo.
Beijo grande
Valter,
Acho que é o que interessa. Linda, boa atriz e fez bons trabalhos.
Beijo, mano
Sibila,
Essa questão das palavras sempre me incomoda. Está virando uma certa obsessão. Quero sempre dizer com pouco. Também gostei do cinema roleta russa.
Beijo grande
James,
Não tenho tanta certeza. Acho que ela existe e é inconveniente.
Grande abraço
Oi, Lord,
nem era tanto chegado ao cinema.
Melhor dizendo, havia me relaxado em relação ao cinema, deixado de lado. mas nesse último ano, tomado de enorme furor cinéfilo, voltei a ver filmes em profusão.
Baixo-os pela Internet e os vejo em casa, normalmente só.
E, caro amigo, prefiro sempre ficção.
Melhor para nossas imaginações.
abs
fernando cals
Também amo ir ao cinema sozinha e detesto ir com alguém que fica comentando o filme.
Gosto, sobretudo, das sessões do meio da tarde, o que se tornou raríssimo na minha vida.
Um filme é algo para se sorver em paz.
olá,
Entro no seu blog e leio o que escreves sobre o cinema.
Justamente ontem que fui só e assisti a beleza do filme que é "A alegria de Emma", um filme alemão belíssimo.
Também gosto de ir ao cinema, só ou acompanhada, mas sempre ir ao cinema.
Para mim a magia da tela grande, do escurinho, das pessoas a sua volta a partilhar todas aquelas emoções, não se compara a nada.
Mas gosto também de sair e falar com alguém sobre o filme, trocar impressões quando tudo ali está tão recente.
Gostei muito do seu blog. Parabéns.
Carmem,
Bom que você gostou.
Grande abraço
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