Felpo Filva
De Eva Furnari
Ed. Moderna, 2006
Já faz um tempinho venho pensando em escrever sobre o Felpo Filva, publicado em 2006. Livro admirável, desses de se ficar cheio de raiva por não termos escrito. Gostei tanto, terminei tão apaixonado pela história, que imaginei possuir um desvio de simetria auricolar, sentindo-me como um dos homenageados pela Eva Furnari, já que a obra foi dedicada aos possuidores de orelhas diferentes. Cheguei a correr para o espelho e passar alguns instantes observando, medindo, comparando, incrédulo e insatisfeito com a igualdade das minhas. Talvez em outra vida, nas fábulas infantis tudo é possível, eu tenha sido um bicho com uma orelha maior do que a outra. Tomara!
Não deixa de ser engraçado ver um coelho ganhar um Jabuti. Mas é justo, muito justo, presente merecidíssimo, como foram todos os outros recebidos pela ótima publicação da editora Moderna. Essas páginas tão bem escritas e ilustradas parecem gostar de colecionar prêmios.
Fico sempre agradecido ao ver as coisas serem feitas de forma simples. Sou possuidor de certo fraco por resultados elaborados sem exageros. Quando as idéias se juntam e, combinadas, conseguem formar um todo despojado de excessos, o bom gosto e a beleza parecem ganhar força, impondo-se. Podemos notar isso quando lemos o texto em questão, basicamente uma historinha de amor, muito bem imaginada. Tudo está na dose certa. A criança que experimentar esse pequeno volume amarelo terminará enriquecida. Lembrará para sempre de Charlô e Felpo, simpático casal de coelhos intelectuais. Diversão e aprendizado garantidos. Ou há alguma outra razão para a garotada ler?
De Eva Furnari
Ed. Moderna, 2006
Já faz um tempinho venho pensando em escrever sobre o Felpo Filva, publicado em 2006. Livro admirável, desses de se ficar cheio de raiva por não termos escrito. Gostei tanto, terminei tão apaixonado pela história, que imaginei possuir um desvio de simetria auricolar, sentindo-me como um dos homenageados pela Eva Furnari, já que a obra foi dedicada aos possuidores de orelhas diferentes. Cheguei a correr para o espelho e passar alguns instantes observando, medindo, comparando, incrédulo e insatisfeito com a igualdade das minhas. Talvez em outra vida, nas fábulas infantis tudo é possível, eu tenha sido um bicho com uma orelha maior do que a outra. Tomara!
Não deixa de ser engraçado ver um coelho ganhar um Jabuti. Mas é justo, muito justo, presente merecidíssimo, como foram todos os outros recebidos pela ótima publicação da editora Moderna. Essas páginas tão bem escritas e ilustradas parecem gostar de colecionar prêmios.
Fico sempre agradecido ao ver as coisas serem feitas de forma simples. Sou possuidor de certo fraco por resultados elaborados sem exageros. Quando as idéias se juntam e, combinadas, conseguem formar um todo despojado de excessos, o bom gosto e a beleza parecem ganhar força, impondo-se. Podemos notar isso quando lemos o texto em questão, basicamente uma historinha de amor, muito bem imaginada. Tudo está na dose certa. A criança que experimentar esse pequeno volume amarelo terminará enriquecida. Lembrará para sempre de Charlô e Felpo, simpático casal de coelhos intelectuais. Diversão e aprendizado garantidos. Ou há alguma outra razão para a garotada ler?
20 comentários:
Meu Lord,
certamente o livro infanto-juvenil da Eva Furnari é ótimo, senão não estaria aqui a elogiar, mas a forma como escreve sobre a obra é uma delícia! Deu até vontade de ler, e de ir olhar no espelho para ver o tamanho das minhas orelhas!
Não sei não, hoje ainda é sexta, mas este texto esta com jeito de ir para o Blog Viciado!
Forte abraço,
ah, a eva furnari é a autora da 'bruxinha', não é? doce lembrança da infância dos meus filhos...(e dos meus felizes tempos de jovem pai)
Eduardo,
Perco-me entre seus inúmeros blogs. Existe um Viciado?
Grande abraço
Marcio,
Você, sem dúvida, ainda é um jovem pai.
Grande abraço, meu amigo
Ah! também quero ler.
E já conferi, minhas orelhas são iguais e muito pequenas, não se parecem em nada com as de um coelho.
Delícia de resenha. Aposto que muita gente vai procurar ler.
Um bom final de semana.
Um beijo querido.
Aninha,
Taí mais uma boa opção para o Erckinho.
Beijos
Vou anotar para sugerir como leitura paradidática para os meninos do Fundamental. Valeu a dica. Eva é o que há.
abraço, garoto
"Sou possuidor de certo fraco por resultados elaborados sem exageros."
Somos dois.
Um abraço.
Querido Lord Caco,
Há quanto tempo não escrevo aqui, pô! Até parece que não sinto saudade.
Tenho te lido, só que o comentário fica pra depois, e fica.
Hoje, duas coisas: a primeira, é que me encontrei com a Eva há exatamente um mês, na Casa de Livros, e falamos sobre o Felpo Filva.
Eu lhe disse o óbvio, em se tratando dela: que me impressionava o fato de ela acertar sempre, desde os primeiros livros, ainda na Ática, não há quem não se lembre.
Ela riu, óbvio também. E disse que escreve cada texto, faz cada desenho como se realmente fossem os primeiros.
Fiquei pensando que talvez esteja aí o segredo, além da competência indiscutível, claro.
A segunda coisa é que fui me deliciando com este seu post de hoje, e pincelando várias frases, que queria comentar aqui. No final, eram tantas, que li mais duas vezes. Aí, escolhida uma e aberta a página dos comentários, decepção e surpresa: seu colega blogueiro James Emanuel me antecipara!
Não há dúvida de que a frase "sou possuidor de um certo fraco por resultados elaborados sem exagero", além de correta e oportuna, define e explica esse seu post. Post alaborado sem exagero. Ou elaborado, sem exagero (benditas as vírgulas, que nos levam a dizer coisas diferentes, quase do mesmo jeito).
Que James Emanuel me permita usar sua frase, só modificando o número: somos três.
Beijo saudoso, carinhoso, fraterno, tudo.
Vivina.
PS. E "nossos" livros da Ed. Positivo? Você sabe se pensam em fazer algum lançamento, lá em Curitiba ou aqui em Sampa?
Lord, lendo o que você disse de forma tão catedrática - "sou possuidor de um certo fraco por resultados elaborados sem exagero" - e acrescentando essa sacada maravilhosa da Vivina - "benditas as vírgulas, que nos levam a dizer coisas diferentes, quase do mesmo jeito" -, eu me sinto uma criança. Uma que a cada dia se sente mais alucinada por querer ler.
Naquela balada do "padre inesquecível, o Russo", posso dizer sem medo: "Aqui tem juízo e não é o final".
Fraterno abraço. Aos dois.
Lord,
Tenho certeza que a dica é valiosa, vou conferir.
Bjs
Denise,
Vale, cada palavra escrita. Os meninos irão gostar.
Beijo
James,
Eu já sabia, você tem bom gosto.
Grande abraço
Vivina,
Não sei se você sabia, mas estou escrevendo sobre literatura infantil na revista O Escritor, da UBE. Este post saiu na edição de outubro. Quanto aos livros da Positivo, conversei com eles esta semana. Estava chateado por não encontrar a obra nas livrarias. Muita gente procurou, inclusive em outros estados, e não achou. Conversei com a área de marketing e me explicaram como eles funcionam. É bem diferente da maneira com que estamos acostumados. Eles estão vendendno os livros nas escolas, trabalhando para que sejam adotados nelas. Só pretendem colocar na livrarias, no ano que vem. Mesmo assim, alertara-me que venda fora das escolas não é o forte deles. Por conta deste jeito de atuar, acho que não farão lançamentos.
Beijo grande
Ery,
Esta balada do padre, dá sempre o que falar.
Grande abraço, irmão
Maria Helena,
Confira e depois me conta, tá?
Beijo grande
Lord, este seu post tão gostoso de ler me fez ficar com uma vontade danada de ler este livro, que ainda não conheço -- vou comprar! Beijo.
Tenho este livro mas não me animei em ler.Com sua indicação o farei.Obrigada!
Lord, eu gosto tanto de seu blog que me inibo de escrever cada vez que passeio por aqui. Beijos de Maria
Querido Lord, não consegui achar o ponto desse tricô. Bjkª. Elza
Ah! Lord.
Eu agora vou fazer como a Vivina, (sempre querida, queridíssima). Fui lendo, escolhi o que queria dizer e quando abro a caixa de comentários, alguém já tinha apanhado e escrito o que ia dizer... tsc tsc..tsc...
Pois o que eu ia dizer era assim:
Milord, que resenh linda, que atrai a imaginação e o gosto e não estraga o prazer:-)
E aí, leio na sua respostas ao comment da Vivi, que você está *justamente* escrevendo sobre literatura infantil.
Pode?
Eu já devia ter desconfiado e perguntado antes.
Ah Lord, por que, já que eu agora voltei de novo a acreditar em Deus :-), ele não me deu eses dom?
Escute, querido Amigo, essa revista em que está escrevendo é só para escritores. Vende? Onde?
E realmente a Vivina tem razão, a frase ficou balançando diante dos meus olhos: elaborados sem exageros --- e elaborados (mas) sem exageros.
Antes de me despedir, vou lhe dizer o que os cirurgiões plásticos dizem:
Todo mundo possui uma orelha maior que a outra, ou pelo menos, uma é desigual.
Eu juro!
Beijos, querido milord.
Estou me emocionando com o RF de Ricardo Ramos.
Tantas histórias!
Caco,
fico aqui no cantinho escutando voces falarem. Aprendo um pouquinho aqui, outro alí.
Queria ter a concisão no escrever como voce e a Vivina usam tão bem.
Felpo Filva vale até pelo título, brinca com a sonoridade. Deve ser bom prá caramba!
Abraço, mano
Lord,
Eva Furnari é uma das autoras prediletas das minhas bruguelinhas. Mas, por incrivel que pareça, não temos esse livro. Já anotei! um abraço...
Me chama de Batman, caro Lord. Os morcegos têm o sistema de sonar baseado nas diferenças entre as orelhas (na verdade é a altura entre os canais auditivos, mas deixa pra lá, senão vou ter sair do computador e ir medir orelha como todo mundo).
Abraços de Grota City.
Jana, querida,
Vale comprar, é muito bom.
Beijo
Magui,
Leia, depois você me diz o que achou.
Beijo
Maria, queridíssima,
Não se iniba. Para mim será sempre uma honra ter você por aqui, e ler o que escreve.
Grande beijo
Elza,
Então deve ser difícil.
Beijo grande
Meg, Meguíssima,
O Escritor é uma revista para os escritores sócios da UBE (União Brasileira dos Escritores) de São Paulo. Acho que pode ser encomendada no site: http://www.ube.org.br/home.php
Grande beijo
Valter, mano querido,
Você já nasceu sabendo.
Grande abraço
Mani,
Adoro o carinho que há em bruguelinhas.
Beijo
Ordisi,
Vivendo e aprendendo.
Grande abraço
Postar um comentário