Escrevo com a certeza de que irei desagradar muita gente. Paciência, já passei da idade de precisar andar enturmado. Embora o momento político atual me dê engulhos, vejo com tranquilidade a quase certa eleição da Dilma. É claro que prefiro o Serra, disparado, e nele irei votar, mas é apenas uma opção pessoal e não política. Qual a a real diferença entre PT e PSDB no terreno das ideias? Nenhuma. Os dois são partidos que abandonaram a esquerda e se posicionaram ao centro, quase sobrepostos. Talvez esteja aí a maior dificuldade entre eles. O incômodo de disputarem a mesma posição, a falta de espaço. Lula e Fernando Henrique fizeram governos idênticos. Gastos públicos exorbitantes, violência, saúde precária, educação ridícula, denúncias de corrupção, falta de uma eficiente reforma política, juros altos e impostos estratoféricos. As diferenças correm por conta de conjunturas mais ou menos favoráveis. Se o momento atual coloca na mesma canoa - furada? - o atual presidente, a sua candidata, Sarney, Collor e Maluf, além de quadros oportunistas do PMDB, seguem no mesmo barco tucano o ex-governador, Quércia, Cesar Maia e as raposas velhas de sempre do DEM. Cadê a ideologia? Não cabe mais em nosso mundo, não dá tempo. Somos agora o país do futuro. Enquanto a China fabrica tudo o que se consome por aí, e a Índia segue seu destino de back-office, alguém precisa plantar para o mundo comer, não é mesmo? Dilma, ou muito improvavelmente Serra, irão tocar nossa fazendinha verde e amarela exatamente do mesmo jeito.
segunda-feira, agosto 23, 2010
sexta-feira, agosto 13, 2010
Bloody Stones
Enquanto a Farah Diba, que acaba de completar setenta anos, vive exilada há mais de três décadas, o governo revolucionário iraniano, visto com tanta simpatia pelo nosso país, prepara-se para executar mais uma mulher. Incrível como o mundo dá voltas. O regime monárquico anterior era bem menos violento, matava com maior parcimônia. Talvez minha lógica seja canhestra, mas consigo entender melhor a rivalidade quando é no campo político. O homem sempre fez guerras no terreno das ideias, acho mais natural, embora nunca justificável, que regimes totalitários cometam excessos, enfrentem aqueles capazes de subverter a ordem imposta por eles, com exagero. Quando a violência, porém, resolve punir comportamentos, enxergo o mundo com tamanho desprezo, que chego a ter vergonha de ser gente. Que não me venham dizer que estamos em seara religiosa, que a coisa toda faz parte da cultura de um povo. Cultura de merda! Esse negócio de jogar pedra em mulher só cabe em música do Chico. A Geni dele era ficção, liberdade poética e crítica. Acusar alguém de adultério e matar por isso é uma desgraça medonha e assustadora. Prefiro o Irã do Xá. Dos males o menor.
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