Tenho andado dolorosamente longe das postagens e das visitas aos blogs amigos. Isso me faz mal, deixa-me atarantado, sem ter onde por os pés, deitar raízes. Preciso desse contato para ter serenidade, alegria, equilíbrio. Escrever é talvez minha principal válvula de escape. Embora seja analisado por uma profissional, é através da palavra escrita que o trabalho de Freud torna-se quase dispensável.
O mundo corporativo é voraz. Quando menos esperamos o cotidiano nos engole. Preocupados em sair ilesos das armadilhas colocadas e devolver, na mesma moeda, o que nos aprontam, embrutecemos. Mergulhados nessa batalha diária e, infelizmente, apaixonados por esse jogo sórdido, acabamos perdendo a delicadeza.
Tenho tentado sobreviver, esticar o pescoço para fora da lama, respirar um pouco de ar puro, mas está difícil. Nessas horas ouço música, vou ao cinema, leio bastante. É como se quisesse afastar-me da raiva que sinto das pessoas que me provocam, desafiam-me. E por sentir-me violento, prefiro a introspecção e o silêncio. Fico na penumbra ouvindo a voz de Amy Winehouse cantanto Back to the black, obsessivamente, relembro passagens do filme Into the wild, dirigido por Sean Pean, considerando se é verdade que a felicidade, para ser real, precisa de compartilhamento. Queria poder me refugiar nas drogas, ou ir viver no Alaska. Bobagens adolescentes. Pena que eu goste tanto de uma boa briga.